Um
ano marcado por dores. Dores da chikungunya, dores das perdas de entes
queridos, vários acelerados pela praga que assolou cada recanto, cada canto,
mesmo diante dos olhos e dos estragos de recursos públicos com publicidade. Passou-se
o ano vendendo-se um governo “trabalhador”, “realizador”, “empreendedor” e
gastou mais de R$ 1,6 milhão vendendo esse “peixe”, ou seria a “pomba” já que
agora é tudo socialismo, quando o grave problema da saúde avançava sob os olhos
e afetou as pessoas de todas as idades, mas os idosos sempre foram os que mais
sofreram, e até morreram. Vê partir quem se gosta porque a saúde não permitia
mais seguir os caminhos traçados por Deus, é compreensível, nunca aceitável. Mas
vê partir aqueles que sempre tivemos como espelho por doenças que poderiam ter
sido evitadas é doloroso, e até revoltante. Escreveu um nobre amigo de forma
realista, pra mim até parecia catastrófica, mas depois de sentarmos e olharmos
cada movimento, cada gesto, cada falta de ação, cada desperdício, percebe-se
que ele estava certo. Disse o nobre amigo: “Enquanto
Arcoverde amarga o pior final de ano de sua história, com a economia em queda
livre, empresas fechando suas portas, desemprego assolando a população,
milhares de enfermos padecendo em suas residências, já que não encontram vagas
na rede pública de saúde, com pessoas inconsoladas por aqueles que partiram
vítimas dos surtos de proporções bíblicas que atingem a cidade, e mulheres
grávidas que choram por não saber como nascerão às novas vidas que colocarão no
mundo, paga-se muito caro para divulgar um governo que parece está alheio a
essa realidade”. Talvez no Egito a sorte ainda tenha sido maior do que
aqui, afinal por lá passou Moisés e salvou o seu povo. E o nosso povo? Se em
2015 sofreu muito, sofrerá ainda mais em 2016 como prevê os especialistas? Para
quem se jogará a culpa dessa vez? Com certeza novamente de terceiros, afinal, é
mais fácil sair culpando os outros do que se mexer e fazer o dever de casa. Mas
até que, graças às forças armadas, fizeram algo no final do ano, porém os
esgotos, águas paradas e o desperdício com propagandas, que não as de combate
ao mosquito, seguem 2016 adentro, abrindo as portas para o miserável e ínfimo mosquito
que faz Arcoverde seu refém. Em meio a dor da dona “Thica” como diz a pequena
propaganda oficial (arranjaram novo vírus), a dor da partida dos entes, a dor
da frustração governamental, a dor da picada de um pequeno mosquito que coloca
uma cidade em estado de emergência, fechamos a crônica com mais um trecho da
carta do nobre amigo, que também sentiu a dor, aos seus, e a todos: “O ano 2016 bate à porta e com ele o
sentimento dos arcoverdenses de dias melhores, em que o sol do desenvolvimento
e amor ao povo, volte a brilhar com força na Terra do Cardeal, espantando esses
dias escuros e sem esperança”.