quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Cunha aceita pedido de impeachment em clima de chantagem política

        O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu prosseguimento nesta quarta-feira (2) ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, protocolado pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal.

A ação de Cunha é uma chantagem política em resposta à decisão dos deputados federais petistas de votar pelo prosseguimento da cassação de seu mandato. O deputado peemedebista é alvo de processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara e acusado de ter várias contas não delcaradas na Suíça.

Em comunicado oficial da presidente Dilma Rousseff (PT) no Palácio do Planalto, a gestora afirmou que jamais aceitaria ou concordaria com “quaisquer tipo de barganha”, referindo-se ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Dilma disse ter convicção quanto a improcedência desse pedido. A presidente afirmou, ainda que não se pode deixar as conveniências e interesses indefensáveis abalarem a democracia e estabilidade do País, e disse que “devemos ter tranquilidade”.

“Recebi com indignação a decisão de processar pedido de impeachment contra mandato democraticamente conferido a mim pelo povo. São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentam esse pedido. Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim. Não paira por mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público. Não possuo conta no exterior, nunca ocultei a existência de bens pessoais. Nunca coagi ou tentei coagir instituições ou pessoas na busca de satisfazer os meus interesses. Meu passado e meu presente atestam minha idoneidade e meu inquestionável compromisso com as leis e a coisa pública”, afirmou a petista, em comunicado.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse que a iniciativa é uma “tentativa de dividir a crise com Dilma”. Ela diz também que a história de Eduardo Cunha está manchada pela corrupção. A deputada se diz contra ao fato dele ser “um corrupto tentando comandar o processo”.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello classificou de “inimaginável” que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tenha deflagrado o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff após deputados do PT decidirem votar pelo prosseguimento do processo de cassação do mandato do peemedebista.

O deputado federal e vice-líder do Governo na Câmara Silvio Costa (PSC-PE) saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff (PT) e afirmou que o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usa o cargo para se proteger. Segundo o vice-líder, “qualquer pessoa mais bem instruída sabe que Cunha estava chantageando”. “Cunha é bandido, que está com passagem comprada para Curitiba. Não tenho dúvida que ele perderá o mandato. Vai preso. Nunca vi um bandido ter legitimidade para pedir o pedido de impeachment de uma mulher honrada” disparou.

O deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) condenou o que chamou de “consumação da chantagem” feita por Eduardo Cunha, ao abrir o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. De acordo com Jarbas, o processo “não deve ser conduzido por quem não tem legitimidade”.