O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu prosseguimento nesta
quarta-feira (2) ao pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff,
protocolado pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína
Paschoal.
A
ação de Cunha é uma chantagem política em resposta à decisão dos deputados
federais petistas de votar pelo prosseguimento da cassação de seu mandato. O
deputado peemedebista é alvo de processo de cassação no Conselho de Ética da
Câmara e acusado de ter várias contas não delcaradas na Suíça.
Em
comunicado oficial da presidente Dilma Rousseff (PT) no Palácio do Planalto, a
gestora afirmou que jamais aceitaria ou concordaria com “quaisquer tipo de
barganha”, referindo-se ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Dilma
disse ter convicção quanto a improcedência desse pedido. A presidente afirmou,
ainda que não se pode deixar as conveniências e interesses indefensáveis
abalarem a democracia e estabilidade do País, e disse que “devemos ter
tranquilidade”.
“Recebi com indignação a decisão de
processar pedido de impeachment contra mandato democraticamente conferido a mim
pelo povo. São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentam esse
pedido. Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim. Não paira por mim
nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público. Não possuo conta no exterior,
nunca ocultei a existência de bens pessoais. Nunca coagi ou tentei coagir
instituições ou pessoas na busca de satisfazer os meus interesses. Meu passado
e meu presente atestam minha idoneidade e meu inquestionável compromisso com as
leis e a coisa pública”, afirmou a petista, em comunicado.
A deputada
federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ),
disse que a iniciativa é uma “tentativa de dividir a crise com Dilma”. Ela diz
também que a história de Eduardo Cunha está manchada pela corrupção. A deputada
se diz contra ao fato dele ser “um corrupto tentando comandar o processo”.
O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco
Aurélio Mello classificou de “inimaginável” que o presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tenha deflagrado o processo de
impeachment da presidente Dilma Rousseff após deputados do PT decidirem votar
pelo prosseguimento do processo de cassação do mandato do peemedebista.
O
deputado federal e vice-líder do Governo na Câmara Silvio Costa (PSC-PE) saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff
(PT) e afirmou que o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usa o cargo
para se proteger. Segundo o vice-líder, “qualquer pessoa mais bem instruída
sabe que Cunha estava chantageando”. “Cunha é bandido, que está com passagem
comprada para Curitiba. Não tenho dúvida que ele perderá o mandato. Vai preso.
Nunca vi um bandido ter legitimidade para pedir o pedido de impeachment de uma
mulher honrada” disparou.
O
deputado federal Jarbas Vasconcelos
(PMDB) condenou o que chamou de “consumação da chantagem” feita por Eduardo
Cunha, ao abrir o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. De
acordo com Jarbas, o processo “não deve ser conduzido por quem não tem
legitimidade”.