Quando a competência lhe falta a melhor forma de encobrir a deficiência é lançar aos outros o pessimismo que o levou a fazer algo aquém do que se propunha ou mereceria ter sido feito. Assim pode ser traduzida a coletiva de imprensa oficial feita pelo Prefeita do Município para tentar justificar as falhas e a falta de maior empenho do governo para que Arcoverde mantivesse o São João à altura de suas tradições e história. Prefere-se colocar o tampão de pirata a reconhecer a falhas, mas quando se diz que esse foi o maior e melhor São João dos últimos 15 anos, não precisa se dizer mais nada.
Crise? Ou falta de competência? A segunda opção foi reconhecida pela própria prefeita na coletiva ao dizer que a Prefeitura não teve a capacidade de conseguir patrocinadores por ter deixado nas mãos de um captador privado a tarefa de conseguir recursos para o município em troca de suas comissões de praxe e legal. Falhou a prefeitura. Falhou o captador.
Pela primeira vez um prefeito, desde o governo Rosa Barros, que deu o ponta pé para o nascimento e surgimento do São João de Arcoverde nos moldes atuais, passando pelo governo Zeca, precisou fazer uma coletiva para se justificar diante das falhas e deficiências camufladas sob o manto da crise. Sucesso não se justifica, é sucesso por si só.
Dizem que as vendas aumentaram 16%, mas a própria líder não oficial do governo, e empresária, disse na câmara que o comércio, assim como os barraqueiros, amargaram um dos São João mais fracos em termos de vendas. E não precisava ninguém dizer, bastava se deslocar a restaurantes, bares, postos de combustíveis, lojas e aos barraqueiros da festa pra ver de perto que a parlamentar é quem está com a razão.
Infelizmente a política da peneira que nunca encobre o sol é praxe na atual gestão que não conseguiu absorver o espírito democrático que o Brasil vive a mais de 30 anos e teima em não aceitar críticas, mesmo que seja daqueles que estiveram lá, conhecem como ninguém a montagem do São João, sua prestação de contas e sua estrutura.
Teve menos dinheiro? Ora, nunca na história desse município o governo do estado deu tanto dinheiro para o São João. Foram R$ 800 mil. Nos anos anteriores chegou-se ao máximo em R$ 500 mil e já nos dois últimos anos. Dinheiro que vem por meio de convênio e não de atrações, como seria via Fundarpe. Dá um trabalho montar isso.
Torcida contra? Só se for do próprio governo que trabalhou de forma atrasada e não conseguiu superar os desafios que a crise apresentava. E crise não foi a causa das deficiências dos festejos juninos da cidade. Crise não é justificativa de fracasso para criativos e competentes. Não é de “hoje”, como diz a mandante, que o São João tem dez polos, não é de “hoje” que o São João é fonte geradora de empregos e oportunidades, mas é de “hoje” a falta de capacidade de manter e evoluir um evento que é considerado o segundo melhor período para as vendas do comércio e serviços. Perdeu a oposição? Perdeu o governo? Não! Perdeu Arcoverde.
Cancelamento do São João em diversos polos do estado: Caruaru? Limoeiro? Gravatá? Petrolina? Recife? Quais? Não vamos comparar cidades que fazem o seu São João tradicional na pracinha (Lagoa Grande, Casinhas, Parnamirim, Macaparana) com o São João de Arcoverde. É realmente querer diminuir Arcoverde para tentar engrandecer uma gestão.
De qualquer forma, agradecemos a preocupação do governo em ocupar mais de 40 minutos de uma rádio, bem pagos, (faltou a outra) e reunir os colegas de mídia, para atender ao debate feito a partir deste blog e das críticas do vereador Luciano Pacheco, e por não nos esquecer. E viva o São João! Ele é maior que o governo, ele é de Arcoverde.
Para o ano com certeza não faltará dinheiro, grandes atrações e patrocinadores, afinal é São João da eleição, mesmo a crise se estendendo durante todo o ano de 2016, como também preveem os economistas de plantão. Mas antes disso, teremos ainda mais releases oficiais exaltando, justificando, se explicando de forma ufanista para o “sucesso” do São João 2015. Pena que não foi, Arcoverde teria ganho muito se assim tivesse sido. E essa é a torcida de todos.
Só pra finalizar: já que Jorge de Altinho será, ou foi pago, pela Empetur, ou seja, não vem dinheiro pra cá, como disse a coletiva da prefeita, porque a apresentação dele está colocada como paga pela prefeitura por R$ 10.000,00 (dez mil reais)? Cadê a prestação de contas solicitada pelo vereador Luciano Pacheco? A tal falada transparência na coletiva que não apresentou os dados detalhados? Alguém pegou esse release com todos os detalhes? Tiveram uma ótima oportunidade.
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