segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Caso Alph: 'namorada' e amigo são acusados por morte de estudante arcoverdense da UFPB

                      A Justiça da Paraíba determinou a prisão preventiva de duas pessoas pelo assassinato do estudante de filosofia Clayton Tomaz de Souza, mais conhecido como Alph, que é natural de Arcoverde. Os acusados são Selena Samara Gomes da Silva, que teria um relacionamento amoroso com Alph, e Abraão Avelino da Fonseca, que seria amigo da vítima. A informação é do G1PB que teve acesso à decisão da juíza Andréa Carla Mendes Galdino na quarta-feira (13). Os dois acusados estão foragidos.

O corpo de Alph foi encontrado no dia 8 de fevereiro de 2020, em estado de decomposição, com marcas de tiros, em uma mata às margens de uma estrada em Gramame. De acordo com o IPC, a vítima sofreu disparos na cabeça.

A defesa de Selena disse ao G1PB que a cliente é inocente e que "no momento oportuno, durante a instrução processual, os fatos serão esclarecidos". Já a defesa de Abraão informou que "no momento não tem nada a declarar sobre o caso", e que só vai fazer isso no fim da instrução processual.

De acordo com a decisão, que saiu em junho, o pedido de prisão veio após análise de provas periciais e depoimentos coletados. A motivação do crime, segundo os autos, tem relação com o relacionamento amoroso, pois Selena Samara também se relacionava com Abraão Avelino. O segundo acusado é suspeito de ter relação com o tráfico de drogas. Os dois estariam desaparecidos e sendo procurados pela justiça. Nas redes sociais, estudantes da UFPB compartilham um card de "procurados" com as imagens dos dois. 

Conforme o processo, Selena e Abraão mataram Alph e em seguida descartaram o corpo na estrada que dá acesso à praia de Gramame.

De acordo com o delegado Alexandre Fernandes, que investigou o caso, depoimentos apontaram que Alph foi visto pela última vez com os dois acusados. Ele informou que o carro de Selena ficou desaparecido por um período e só apareceu 10 dias após terem localizado o corpo.

O veículo foi abandonado nas proximidades da casa da acusada e tinha sido lavado. No entanto, a perícia encontrou vestígios de sangue no porta-malas.

Na época do crime, estudantes da UFPB denunciaram o suposto desaparecimento de Selena, dita por alguns como companheira de Alph. No entanto, o delegado Alexandre Fernandes confirmou a ligação entre os estudantes, mas não que os dois eram um casal. Já a família de Alph, negou que eles tivessem um relacionamento.

Em setembro, as defesas dos dois acusados tentaram derrubar o pedido de prisão preventiva, mas a Justiça não atendeu nenhuma das solicitações. A juíza inclusive marcou a audiência de instrução e julgamento para o dia 16 de novembro.

Ao G1PB, a mãe de Alph, Genoveva Tomaz de Sousa, informou que não tinha conhecimento da decisão até então e preferiu não se posicionar sobre o caso. Ela não confirma a relação amorosa entre Alph e Selena, nem a suposta amizade entre seu filho e o outro suspeito do assassinato, Abraão.

O CASO

Natural de Arcoverde, interior de Pernambuco, Clayton morava em João Pessoa desde 2014, quando foi aprovado no curso de filosofia na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Estudante ativo, integrou o Centro Acadêmico do curso por três anos, assim como o Diretório Central dos Estudantes (DCE), o Conselho Superior Universitário (Consuni) e a comissão da revisão estatutária da UFPB (Estatuinte) pelo CCHLA (Centro de Ciências Humanas Letras e Artes).

Alph era conhecido por sua essência de luta, que reivindicava a universidade como um espaço público, popular e cultural, exigindo uma mudança na política de segurança da UFPB. Com isso, ele começou a relatar perseguições, assim como denunciá-las de várias formas.

As denúncias começaram em 2016 e foram encaminhadas ao Ministério Público Federal. No dossiê, foram relatadas violências físicas, psicológicas, racistas, de gênero e sexualidade cometidas por parte de funcionários terceirizados e servidores da UFPB contra alunos da universidade, incluindo Alph.

O jovem falava sobre perseguições constantes dentro da universidade e chegou a publicar nas redes sociais denúncias sobre a equipe de segurança da UFPB. Em uma das publicações, citou que estava sendo ameaçado por um dos seguranças terceirizados da universidade. Do G1PB

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