Do Diário de Pernambuco
Com o tabuleiro político pernambucano em constante movimentação para 2022, o líder do governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), em entrevista ao Diario de Pernambuco, disse acreditar que o estado está próximo de "inaugurar um novo ciclo" na política, se referindo aos principais nomes da oposição cotados para a disputa pelo governo de Pernambuco em 2022: Miguel Coelho (MDB), Raquel Lyra (PSDB) e Anderson Ferreira (PL).
Partindo para uma
análise nacional, o mais recente membro da ala governista na CPI da Covid,
Fernando Bezerra também destacou a atuação da Comissão e disse que ela se
transformou em um "instrumento político", que tem contribuído para a
divisão de forças no combate à pandemia. "Não é no meio da guerra que
temos que dividir o nosso conjunto", destacou. Criada para avaliar as
ações do governo federal no combate à pandemia, a CPI, na avaliação de FBC, não
alcançará o objetivo pretendido pela oposição: criminalizar o presidente.
"Trabalho impossível a ser atingido", opinou. Ampliando o diálogo
sobre o cenário político nacional e estadual, o parlamentar também fez
considerações sobre a atual condição do MDB na conjuntura política em
Pernambuco, o relacionamento com o PSB, pandemia e a possível candidatura do
ex-presidente Lula no pleito do próximo ano.
CPI
Tenho feito apelos durante
as sessões da CPI e em conversas diretas com o relator (Renan Calheiros - MDB),
com o presidente (Omar Azis – PSD), com todos os membros da Comissão e me
parece que o tom do direcionamento dos trabalhos está encaminhando para transformar
a CPI em um instrumento político. É preciso mais equilíbrio e uma posição de
mais imparcialidade. Durante o depoimento do ministro Marcelo Queiroga foi um
show de perguntas subjetivas. O que nós temos que fazer é unir esforços para
que a vacina chegue. Quando passar a pandemia, se restar dúvidas sobre as ações
que foram tomadas, aí sim seria o momento para se abrir uma investigação, mas
repito: não é no meio da guerra que temos que dividir o nosso conjunto.
OPOSIÇÃO
Essa primeira semana dos trabalhos
na CPI, me leva a acreditar de que a oposição, por saber que tem um trabalho
impossível de ser atingido que é a criminalização das ações desenvolvidas pelo
governo federal, fica insistindo em duas questões que não vão dar em nada: uma,
que envolve o distanciamento social; e outra, o tratamento precoce. Se for
resgatar os depoimentos prestados pelos ex-ministros Henrique Mandetta (DEM),
Nelson Teiche e o ministro Marcelo Queiroga vamos ver que esses são os dois
argumentos recorrentes dos senadores de oposição na tentativa, que me parece
inútil, de querer apontar ações que possam levar à criminalização das medidas
que foram encaminhadas pelo governo federal.
SUPLENTE
A ala governista da CPI tem
feito uma atuação adequada e satisfatória. O que ocorre é que um dos suplentes,
o senador Zequinha Marinho (PSC), em função da situação de estarmos ainda
trabalhando de forma remota, tendo em vista os cuidados que ele tem em relação
à idade e das tarefas no estado do Pará, ele não tem participado como gostaria
dos trabalhos da CPI, então ele mesmo tomou a iniciativa de oferecer o seu
espaço enquanto suplente. Me consultaram da possibilidade de eu participar
apenas como uma condição a mais para reforçar um trabalho que já vem sendo
feito.
PANDEMIA
Com certeza o governo
federal está indo bem no combate à pandemia. Se você fizer uma avaliação
perceberá que o Sistema de Saúde Público no Brasil já estava trabalhando no
limite da sua capacidade antes da pandemia, em razão da falta de priorização no
investimento nos últimos 20 anos. Então, essa situação concreta não pode ser
colocada sobre a responsabilidade da administração do presidente Bolsonaro, que
tem apenas pouco mais de um ano de atuação antes da pandemia começar. Se esse
sistema que já estava no limite não tivesse recebido a ajuda expressiva que o
governo federal deu aos estados, eu pergunto: em que situação nós estaríamos
hoje?
FAVORITO
Bolsonaro é amplo favorito.
As pessoas estão vendo os esforços dele, o governo federal foi muito grande no
sentido de oferecer proteção, as pessoas não esquecem que foi o presidente que
deu o auxílio de R,00, hoje é R,00, mas na hora mais difícil, ano passado, foi
Bolsonaro quem chegou e atendeu a quase 60 milhões de brasileiros. Todo a
população tá acompanhando o esforço do governo para a retomada de
investimentos. Não tenho dúvidas que se nesse momento Bolsonaro, mesmo sendo
alvo de tantas críticas, se apresenta como favorito, imagine daqui a seis meses
com as entregas que o governo vai fazer.
LULA
Eu acho que (o
ex-presidente) Lula (PT) é o instrumento dessa polarização que nós estamos
vivendo desde a eleição passada. À medida que Lula aparece como candidato, a
possibilidade de candidatura ao centro diminui bastante. Interessante observar
que o melhor adversário para Bolsonaro é Lula, como eu acho que o (atual)
presidente é o candidato favorito, se Lula concorrer em 2022 se cria as
condições ideais para a reeleição de Bolsonaro.
MDB
Tanto eu, como Jarbas
Vasconcelos (MDB), Miguel Coelho (MDB), Raul Henry (MDB) todos nós queremos o
fortalecimento do MDB e que ele tenha um protagonismo maior na política
pernambucana. Sobre se o MDB terá candidato ao governo de Pernambuco isso é um
processo de diálogo interno e está ocorrendo e estamos muito animados que o
partido possa evoluir para poder firmar uma candidatura própria no próximo
ano.
PSB
Pelo que eu percebo, é um
longo ciclo do PSB à frente do governo de Pernambuco, quase 16 anos. Os
primeiros oito foram muito bons com a liderança de Eduardo Campos; nos últimos
oito, Pernambuco perdeu o embalo, perdeu posição no ponto de vista de
indicadores econômicos e percebo que tem um sentimento de mudança no estado.
APOIO
Em relação à pandemia, tenho
reiterado que se estou apelando para ver união no cenário nacional, no estado
não faria diferente. Eu sempre me coloquei à disposição do governador Paulo
Câmara (PSB) no apoio às medidas que foram adotadas pelo governo e somando nos
esforços para que os recursos viessem para o estado. Pernambuco foi muito
beneficiado, o estado, entre governo estadual e municipais, recebeu mais de R$
5bilhões nessas transferências feitas pelo presidente Bolsonaro. Tudo o que for
ação para minimizar os efeitos da pandemia no estado pernambucano terá o meu
apoio.
MUDANÇA
Miguel Coelho (MDB), Raquel
Lyra (PSDB), Anderson Ferreira (PL) expressam essa renovação da política
pernambucana. São jovens, gestores talentosos e todos três foram aprovados em
seus respectivos municípios com expressivas votações. Portanto, estou muito confiante
de que estamos muito próximos de inaugurar um novo ciclo na política do estado
representado por essas forças da juventude política pernambucana.
ESPECULAÇÃO
Acho que são integrantes do
PSB que alimentam essa especulação de que eu pretendo tentar uma majoritária
junto ao partido socialista ano que vem. Creio que isso é para poder tentar
frear esse ânimo que a gente percebe no campo das forças políticas de oposição.
Essa possibilidade junto ao PSB não existe, em função dos meus posicionamentos
políticos ao longo desses últimos quatro anos.
REELEIÇÃO
Para tentar reeleição vai
depender do cenário, se Miguel (Coelho) for candidato certamente eu não serei.
Se Miguel não for candidato, a escolha recai sobre Raquel (Lyra) ou Anderson
(Ferreira), então certamente vou apresentar minha candidatura à reeleição para
o Senado em 2022.
NORDESTE
Acredito muito que com a
recuperação da economia e com os novos programas sociais que serão lançados,
Bolsonaro tem condições de ganhar as eleições no Nordeste e não tenho receio de
me aliar a uma chapa bolsonarista. Todos os indicadores apontam que o Brasil
está crescendo forte em função do novo ciclo de valorização das commodities que
já está beneficiando a economia do país e o Nordeste, que concentra a maior parcela
dos mais pobres, mais frágeis, será o grande beneficiário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário