A
manifestação saía da Avenida Boa Vista, no trecho da Ponte Duarte Coelho, no
Centro do Recife, na manhã do último sábado (29), quando a polícia utilizou
spray de pimenta e balas de borracha, que ocasionou em duas pessoas, que não
participavam do ato, atingidas nos olhos pelos disparos dos policiais.
"As
cenas de truculência e brutalidade da ação policial em Recife causam imensa
preocupação com o despreparo das forças para lidar com manifestações de grande
porte, que tendem a se tornar frequentes em 2022. Dois homens que sequer
manifestavam perderam um olho. Até quando?", questionou Gilmar Mendes em
seu Twitter.
Em
pronunciamento, o governador Paulo Câmara (PSB) afirmou que repudia todo ato de
violência, de qualquer ordem ou origem, e que determinou a apuração de
responsabilidades sobre o ocorrido. A Corregedoria da Secretaria de Defesa
Social instaurou procedimento para investigar os fatos e o oficial comandante
da operação, além dos envolvidos na agressão à vereadora Liana Cirne, devem
permanecer afastados enquanto durar a investigação.
“O
oficial comandante da operação, além dos envolvidos na agressão à vereadora
Liana Cirne, permanecerão afastados de suas funções enquanto durar a
investigação. Sempre vamos defender o amplo diálogo, o entendimento e o
fortalecimento de nossas instituições dentro da melhor tradição democrática de
Pernambuco”, afirmou o governador.
O
protesto pacífico, que ocorria em descumprimento ao Decreto Estadual que proíbe
aglomerações de pessoas devido à crise sanitária causada pela Covid-19, foi
surpreendido por uma barricada da PM ao chegar na Ponte Duarte Coelho. Os
policiais, avançaram contra os manifestantes, que afastavam-se do confronto em
direção à Rua da Aurora. Bombas de gás lacrimogênio foram lançadas contra as
pessoas que integravam o ato.
Até
então, os participantes se organizaram em filas, na tentativa de respeitar o
distanciamento social. A estudante de direito, Luiza Maria, 22, falou que a
presença de jovens em atos como esses é uma sinalização de resistência. Ela
pontua que "se em uma Pandemia a gente precisou sair de casa é sinal que o
governo está sendo pior que o vírus".
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