sexta-feira, 23 de abril de 2021

Novo laudo aponta lesões no rosto do pequeno Henry causadas por unha

                Um laudo complementar do Instituto Médico Legal (IML), concluído na quarta-feira (21) e obtido pela TV Globo, reforça que o menino Henry Borel, de 4 anos, não foi morto em acidente doméstico – como alegam o padrasto, Dr. Jairinho, e a mãe, Monique Medeiros, ambos presos pelo crime.

A perícia também revela que algumas lesões no rosto da criança foram provocadas por unhas.

O laudo anterior apontava 23 lesões, mas não detalhava que as marcas na face do menino – no nariz e próximas ao olho – eram compatíveis com "escoriações causadas por unha". Os peritos não indicam como essas lesões podem ter sido causadas.

A nova análise respondeu a perguntas feita pelo delegado responsável pela investigação, Henrique Damasceno.

Principais pontos do laudo são que a criança tinha marcas no rosco compatíveis com ferimentos feitos a unha; o menino tinha várias lesões que não poderiam ter sido causadas em um único trauma – como a queda da cama alegada por Monique e Jairinho; foram descartadas as hipóteses de acidente doméstico ou morte por lesões causadas durante manobra de ressuscitação;

Segundo o hospital, Henry chegou 'mole, pálido, roxo', com 'rigidez na mandíbula' e com temperatura corporal baixa; laudo aponta que ele deu entrada 'já cadáver' na unidade. A polícia crê que outras duas lesões foram causadas pela intubação realizada no atendimento médico da criança e o laudo revelou ainda que não havia sinais de 'maus-tratos crônicos’ e as marcas no antebraço são compatíveis com pressão digital.

O laudo ainda aponta que a causa da morte foi "hemorragia interna" e "laceração hepática" causada por "ação contundente" e que o evento que conduziu à morte ocorreu entre 23h30 e 3h30, embora não seja possível determinar a dinâmica das ações que causaram a morte.

Henry estava no apartamento com a mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, o vereador Dr. Jairinho, no dia 8 de março. O casal alega que ele caiu da cama de madrugada e que eles o levaram ao hospital. A perícia do IML, no entanto, apontou sinais de violência.

Após semanas de investigação, os dois foram presos. A polícia acredita que o vereador tenha agredido Henry e que a mãe foi conivente. O casal nega o crime.

Os investigadores descobriram, por mensagens recuperadas em telefones celulares, que a babá de Henry avisou Monique de agressões anteriores sofridas pelo menino e cometidas por Jairinho.

Após a divulgação do caso, ex-namoradas de Jairinho fizeram denúncias de agressões contra elas e filhos delas. Os casos também passaram a ser investigados.

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