quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Quem furar fila da vacinação contra Covid-19 pode ser detido e multado

Secretária de Jupi foi afastada após receber vacina
                           O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) deflagrou, nesta quarta (20), ações para intensificar a fiscalização da vacinação contra a Covid-19 e descobrir quem furar a fila. Segundo o procurador-geral de Justiça do estado, Paulo Augusto Freitas, os infratores podem ser punidos até com detenção e multa. Quatro casos estão em investigação no estado.

Nos primeiros dias de vacinação, algumas atitudes despertaram a atenção do poder público e viraram alvo de investigação do MPPE.

No Recife, uma arquiteta que trabalha em hospital dedicado aos pacientes com Covid-19 foi vacinada. O secretário de Saúde do estado, André Longo, justificou que o primeiro lote é para “trabalhadores de saúde”. O estado terá que justificar essa imunização, em dois dias.

Em Jupi, no Agreste, a secretária de Saúde e um fotógrafo tomaram a vacina. A gestora acabou sendo afastada pela prefeitura. Também foram denunciados casos em Sairé, no Agreste, e em São José do Egito, no Sertão.

Nesta quarta, Freitas publicou um vídeo nas redes sociais do MPPE com uma convocação aos promotores de Justiça de Pernambuco. Ele divulgou a publicação de um plano de fiscalização, que prevê ações preventivas e de repressão a possíveis casos de quem furar a fila.

No Recife, o MPPE deu 48 horas para o estado explicar o que aconteceu no Hospital de Referência à Covid-19 Unidade Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, com a imunização da arquiteta. A promotora de Justiça Helena Capela, solicitou que a Secretaria Estadual de Saúde e a direção da unidade de saúde se pronunciem e esclareçam se a profissional cumpria os critérios de vacinação estabelecidos nacionalmente e nas normas estaduais de vacinação.

Em Jupi, a promotora de Justiça da cidade, Adna Vasconcelos, disse que vai convocar a Secretaria Municipal de Saúde para prestar esclarecimentos, bem como os profissionais e saúde que realizaram o procedimento, além da delegacia local para apurar conduta penal acerca do caso envolvendo a secretária de saúde e o fotógrafo.

Em Sairé, segundo a promotoria de Justiça, foi informado que dois médicos do município haviam sido vacinados. Um deles seria o vice-prefeito, na condição de médico plantonista, "a fim de estimular as pessoas a se vacinar".

Ainda de acordo com o MPPE, diante do fato do gestor exercer cargo de médico do município e ser integrante do comitê de enfrentamento, a promotoria "não identificou ato de improbidade, por falta de má-fé. No entanto, reiterou com a secretária que apenas profissionais da linha de frente devem ser vacinados nesta primeira etapa, devido à escassez de doses."

Em São José do Egito, a promotoria recebeu a informação de que o secretário municipal de Saúde tomou uma dose da vacina. O caso está sendo acompanhado pelo MPPE.

Em Escada, na Zona da Mata Sul, o MPPE recomendou à prefeita e à secretária de Saúde que cumpram rigorosamente o Plano Nacional, garantindo a prioridade da administração das vacinas para os público-alvo descritos no plano.

O MPPE também recomendou ao município que promova ações visando dar transparência à execução da vacinação contra a Covid-19 no município, inclusive com a divulgação semanal das metas vacinais atingidas.

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