São
14,1 milhões de pessoas em busca de trabalho. Em apenas três meses, mais 1,3
milhão de pessoas entraram na fila do emprego, na comparação com o segundo
trimestre do ano. Em agosto, a taxa de desemprego já havia batido
recorde, 14,4% .
Segundo
a analista da pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy, o aumento na taxa de
desemprego reflete a flexibilização das medidas de isolamento social para
controle da pandemia de Covid-19.
"Houve
maior pressão sobre o mercado de trabalho no terceiro trimestre. Em abril e
maio, as medidas de distanciamento social ainda influenciavam a decisão das
pessoas de não procurarem trabalho. Com o relaxamento dessas medidas, começamos
a perceber um maior contingente de pessoas em busca de uma ocupação",
explica.
Analistas
avaliam que o desemprego deve continuar a subir, apesar da reação da economia
nos últimos meses, pois o auxílio emergencial deve acabar em
dezembro, levando os brasileiros que hoje recebem o benefício a buscar emprego.
Os
dados do IBGE revelam um mercado de trabalho ainda muito frágil. Em um ano,
foram fechadas 11,6 milhões de vagas no país, o que levou a população ocupada
ao menor nível desde o início da série histórica, em 2012: eram 82,5 milhões de
pessoas ocupadas em setembro.
Assim,
o nível de ocupação foi de 47,1%, mantendo a curva descendente dos últimos
meses. Desde o trimestre encerrado em maio, o nível de ocupação está abaixo de
50%. Isso significa que menos da metade da população em idade para trabalhar
está ocupada no país.
O
número de desalentados atingiu 5,9 milhões, o maior da série. Fazem
parte desse grupo os trabalhadores que desistiram de procurar emprego por não
conseguir uma vaga.
A
Pnad traz informações do mercado de trabalho que inclui os informais e tem uma
base trimestral. Nesta quinta-feira, o Ministério da Economia divulgou o saldo
de vagas em outubro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged),
que considera apenas o emprego com carteira assinada e tem base mensal.
Foram
criados 394.989 empregos formais em outubro, o melhor registro para o mês
desde 1992, início da série histórica.
Mas
os dados da Pnad mostram que o número de pessoas com carteira assinada no
mercado de trabalho caiu no trimestre. Houve uma perda de 788 mil postos de
trabalho formais (queda de 2,6%) nos três meses encerrados em setembro frente a
igual período do ano anterior.
Segundo o IBGE, eram 29,4 milhões de empregados com carteira assinada no país no fim do terceiro trimestre.
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