A
nota em que o presidente Jair Bolsonaro, o vice Hamilton Mourão e o ministro
Fernando Azevedo (Defesa) dizem que as Forças Armadas não cumprirão
"ordens absurdas" foi reprovada por setores da cúpula militar e pelo
seu alvo, os ministros do Supremo Tribunal Federal.
O
texto foi elaborado na noite de sexta (12), após o ministro Luiz Fux conceder
uma decisão provisória delimitando a interpretação do artigo 142 da
Constituição, que regula o emprego dos militares. Na liminar, Fux
respondia a um questionamento do PDT acerca da interpretação corrente no
bolsonarismo de que o artigo permitiria às Forças Armadas intervir caso um
Poder tentasse tolher o outro.
A
visão vem sendo ventilada pelo presidente, pelo vice e outros membros do
governo. A nota de sexta dizia também que as Forças não tolerariam
"julgamentos políticos", uma referência nem tão velada à ação de
cassação da chapa Bolsonaro-Mourão que corre no Tribunal Superior Eleitoral.
A
reportagem conversou com oficiais-generais da ativa dos três ramos armados.
Enquanto muitos consideram que o Judiciário tem exagerado em suas decisões, e
todos ressaltem que os signatários da nota são seus superiores hierárquicos, o
tom foi reprovado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário