O coordenador
do Grupo de Socorristas Voluntários de Arcoverde – GSVA, Jeneildo Henrique da
Silva, fez na tarde deste domingo (19) uma live a onde detalhou os motivos que
levaram o grupo a paralisar suas atividades diante da pandemia do novo
coronavírus. A falta de equipamentos, apoio e a queda nas contribuições dos
apoiadores foram fatores determinantes, além da preservação da vida dos
socorristas.
Na
sua fala, Jeneildo disse ter tido acesso a toda a regulação do SAMU (Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência) e viu que as necessidades para que se cumpra
todos os protocolos, desde materiais e capacitação, são enormes e não estão
disponíveis aos socorristas de Arcoverde. Revelou que ele mesmo precisou ir
atrás de capacitação para os profissionais.
“Vestimenta,
produtos químicos para desinfecção, técnicas de retirada de roupas, protocolo
de atendimento. Montaram esquema de guerra para combater o coronavírus. Vi que infelizmente
o GSVA não tem condições de se paramentar de todas essas coisas aqui”, disse
Jeneildo.
Ele
revelou ainda que 80% dos padrinhos deixaram de fazerem suas doações. Lembrou que
são todos voluntários e para manter os serviços é preciso das doações, mas que
muitos deles são comerciantes e, hoje, estão com suas lojas fechadas, impedidos
de poderem continuar contribuindo. “Com 20% não tem como manter o GSVA
funcionando”, disse.
De
acordo com Jeneildo, para poder funcionar seria preciso comprar roupas
especiais para atender a população, que não permitisse a infecção dos
socorristas, tais como: viseira, máscara, macacão, proteção de pé e o GSVA não
tem condições de fazer isso. Ressaltou também que precisaria montar uma grande
estrutura no GSVA para desinfecção da viatura, pois, pelos protocolos, não pode
pegar um paciente infecionado e depois atender outra ocorrência sem fazer a
desinfecção.
“Lamentável.
Gostaria de continuar a atividade, mas não vou arriscar a saúde dos socorristas.
Por debaixo desse macacão vermelho, tem pessoas, pessoas que precisam voltar
para casa e tem famílias esperando. Não tenho, hoje, como fazer a segurança dos
socorristas e por esse motivo, achei mais prudente, com o coração doendo,
paralisar as atividades do GSVA”, concluiu dizendo que quando a pandemia passar
o grupo vai estar de volta.
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