"Levei
quatro anos da minha vida para provar que o Ricardo Pessoa [ex-presidente da
UTC] havia mentido na delação dele. O juiz afastou essa acusação. E o que ele
fez? Me condenou por algo de que não fui acusado." A frase é do
ex-prefeito e ex-candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad.
Trata-se
de uma reação à notícia de que, no último dia 19, o juiz Francisco Carlos
Inouye Shintate decidiu condenar o petista a quatro anos de reclusão em regime
semiaberto no caso que apura a denúncia, lançada por Pessoa em sua delação, de
que a empreiteira havia destinado recursos não contabilizados pela campanha de
Haddad à Prefeitura de São Paulo em 2012.
Segundo
o ex-prefeito, o juiz reconhece na decisão que não há como condená-lo pela
suspeita lançada por Pessoa. "Todas as testemunhas que escalamos mostram
que a acusação do delator era falsa", diz.
Mas
então, ainda segundo o ex-prefeito, "o juiz afastou a primeira acusação e
me condenou por algo que não estava no processo: por ter declarado serviços na
minha prestação de contas que não foram prestados. O inverso da denúncia
original".
"Esse
nunca foi o objeto da ação, nunca fui chamado a responder essa questão, nenhuma
das testemunhas foi questionada sobre isso. Eu não consigo entender."
Haddad
diz, em tom de indignação, que sofre há quatro anos os efeitos da acusação que
foi afastada pelo juiz eleitoral. "Agora vou sofrer mais dois. E a
repercussão na minha vida? No meu ganha pão? Na vida da minha família? Vou eu
agora explicar que fui condenado por algo de que não fui acusado. Como aguenta
isso?".
A
defesa de Fernando Haddad vai recorrer. Segundo seus advogados, a sentença é
nula por tratar de suspeitas que não estavam na acusação.
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