quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Guaidó diz que é presidente da Venezuela, mas Maduro não renuncia e diz que não deixa a presidência


          O presidente venezuelano Nicolás Maduro acusou nesta quarta-feira (23) os Estados Unidos de dirigirem uma operação para impor um golpe de estado, horas depois de o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, ter se declarado presidente interino do país.

Os EUA foram o primeiro país a reconhecer Guaidó como presidente interino -- o Brasil também o fez. Na terça-feira, Maduro já havia ameaçado rever a relação com os americanos após a divulgação de um vídeo do vice-presidente Mike Pence dirigido ao povo venezuelano.

As autoridades norte-americanas, no entanto, não reconheceram a declaração de Maduro. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que não acredita que o governo chavista "tenha autoridade legal para quebrar relações" com os Estados Unidos.

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e líder da oposição, Juan Guaidó, se declarou, nesta quarta-feira (23), presidente interino do país e foi reconhecido pelos governos do Brasil, Estados Unidos, Colômbia, Paraguai, Peru, Canadá, Equador. Outros, como México, Rússia e Bolívia, apoiaram Maduro.


Juan Guaidó chegou a enviar um pedido às embaixadas para que funcionários não deixassem o país e afirmou que manterá relações diplomáticas com todos os países.

Em sua fala, Maduro também comparou o juramento de Juan Guaidó como presidente interino com o de Pedro Carmona, na tentativa de golpe de Estado de 2002 contra Chávez. Naquela ocasião, o empresário ficou menos de 48 horas no poder antes de militares reconduzirem Chávez ao cargo.

Ainda em discurso, Nicolás Maduro questionou a legitimidade do ato de Juan Guaidó, dizendo que estava ali pelo voto do povo. “Só as pessoas colocam e só as pessoas removem", disse ainda Maduro, que acusou a oposição de tentar um golpe. "Pode um 'qualquer' se declarar presidente ou é o povo que elege o presidente?", questionou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário