Horas
depois de admitir que seu filho mais velho, o senador eleito Flávio
Bolsonaro (PSL-RJ), pode ter errado e dizer que ele vai ter que "pagar
o preço" se esse for o caso , o presidente Jair Bolsonaro mudou
o discurso e defendeu Flávio de forma enfática puxando para dentro de um
governo que só tem 23 dias a crise que envolve falta de ética, corrupção e
milícias. Em entrevista exibida na noite desta quarta-feira pela
"Record", Bolsonaro afirmou que a investigação contra seu filho é uma
maneira de atingi-lo.
—
Acredito nele. A pressão enorme em cima dele é para tentar me atingir. Ele tem
explicado tudo o que acontece com ele nessas acusações infundadas — disse.
O
presidente afirmou que o Ministério Público cometeu uma "arbitrariedade"
contra Flávio ao “quebrar seu sigilo”. O MP, no entanto, informou que não houve
quebra de sigilo. De acordo com a Lei 9.613 de 1998, instituições financeiras
são obrigadas a informar sobre operações financeiras e transações de altos
valores ou feitas em dinheiro vivo ao Coaf. O conselho, por sua vez,
elabora relatórios de inteligência financeira e os encaminha para as
autoridades competentes para a instauração de procedimentos de investigação,
como o Ministério Público.
No
caso de Flávio, o banco no qual ele mantém uma conta registrou 48
depósitos em espécie na conta de dele entre junho e julho de 2017, que somam
cerca de R$ 96 mil , concentrados no terminal de autoatendimento da Assembleia
Legislativa do Rio (Alerj). Em diversas datas, foram identificados
depósitos em valores idênticos na conta do parlamentar em intervalo de poucos
minutos.
Por
outro lado, no Rio de Janeiro, a Operação da Polícia e do Ministério Público
contra suspeitos de chefiar uma milícia na zona oeste da cidade encontrou uma
grande quantidade de cheques, notas promissórias, carros e documentação de
imóveis em endereços ligados ao ex-capitão do BOPE, Adriano Magalhães de
Nóbrega. Ele está foragido juntamente com outros dois policiais envolvidos com
a milícia.
Nóbrega é o elo entre o caso e a apuração sobre as atividades do
gabinete do filho mais velho do Presidente Jair Bolsonaro, Flávio, na
Assembleia Legislativa fluminense. Quando Nóbrega era alvo da polícia, o
gabinete de Flávio Bolsonaro empregou a esposa e a mãe do militar.
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