O Ministério
Público e a Polícia Federal devem iniciar investigações sobre o suposto
pagamento de impulsionamento a favor de Bolsonaro por empresários, o que é
proibido por lei. Três ações sobre irregularidades na campanha dele pela
internet foram apresentadas ontem à Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) e ao
TSE: do PT e dos deputados Jean Wyllys (PSol-RJ) e Jorge Solla (PT-BA).
As
medidas judiciais ocorrem após o jornal Folha de S. Paulo ter informado que
empresários teriam comprado pacotes de disparos em massa de mensagens
pró-Bolsonaro e contra o PT no aplicativo WhatsApp. De acordo com a reportagem,
sai por R$ 12 milhões cada contrato, firmado com agências de comunicação
especializadas em redes sociais.
O
Correio teve acesso a mensagens de empresas que oferecem disparos de mensagens
para candidatos. “Aqui vai a melhor dica para chegar lá nas eleições”, diz a
propaganda para marqueteiros eleitorais. “São disparos que atingem 100% das
pessoas com celular, o que corresponde a 99% dos eleitores.” Tal ação não é
permitida pela legislação, com o objetivo de evitar o abuso de poder econômico.
As empresas oferecem o disparo para uma base de dados própria, o que também é
proibido pelo TSE. Os bancos com cadastros de eleitores só podem ser criados
pelos próprios partidos, candidatos e coligações.
Em
entrevista ao Correio, o marqueteiro Marcelo Vitorino, responsável pela
campanha digital de Alckmin, afirmou que todos as informações sobre o uso
irregular das bases de dados, impulsionamento e disparos eram de conhecimento
do TSE. “Todos as pistas de que isso ocorreria foram apresentadas, mas não se
fez nada. Quem perde com isso é o eleitor, que acaba ludibriado.” Segundo ele,
há menos de 50 empresas capazes de enviar mensagens em massa no Brasil, e que
não seria tão difícil de se acompanhar ou investigar.
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