domingo, 21 de dezembro de 2025

Arcoverde cantou sua própria história ao som da seresta

              Arcoverde viveu uma noite que entrou para a memória afetiva da cidade. Sexta-feira (19), o município se rendeu ao romantismo e deixou que a música conduzisse passos, lembranças e emoções. As ruas foram tomadas por uma multidão apaixonada pela boa canção, disposta a transformar uma simples noite em um acontecimento inesquecível: o primeiro Festival de Seresta e Serenata.

A jornada musical começou na Câmara de Vereadores. A partir dali, formou-se uma verdadeira procissão de vozes, que seguiu cantando e dançando pela Avenida Antônio Japiassu, como se cada esquina guardasse uma lembrança pronta para ser despertada. Passando pela histórica estação ferroviária, símbolo de encontros e despedidas, puxada pelo grupo Sertão Seresteiro, de Petrolina, a serenata voltou no tempo da antiga ferrovia homenageando um dos seus ícones musicais, o maestro Beto da Oara.

Percorrendo a Av. Zeferino Galvão, os seresteiros fizeram paradas para homenagear nomes e personalidades que fizeram da noite de Arcoverde um tapete de emoções, lembranças e canções. Amantes da música, do amor e da noite que revela e escreve histórias que cessam nas primeiras luzes da manhã. 

No palco da emoção, em plena Praça da Bandeira, quem roubou a cena foi Lila, a rainha da seresta. Com voz firme e sentimento à flor da pele, ela conduziu o público por clássicos eternos de Altemar Dutra, Nelson Ned, Núbia Lafayette, Nelson Gonçalves, Sílvio Caldas e Roberta Miranda, entre outros. Cada acorde embalou histórias de amor, desencontros e saudades, costurando a madrugada com a sofrência elegante que só a seresta consegue traduzir.

Em frente ao coreto, cenário carregado de simbolismo e romantismo, a dança atravessou a noite sem pressa, até que a madrugada se rendesse aos últimos acordes.

O festival, ideia do presidente da Câmara de Vereadores de Arcoverde, Luciano Pacheco (MDB), com apoio do prefeito Zeca Cavalcanti (Podemos), que participou ativamente ao lado da primeira-dama e secretária de Turismo, Nerianny Cavalcanti, mostrou que veio para ficar. Mais que presença institucional, houve envolvimento genuíno de quem entende que cultura também é identidade e pertencimento.

A seresta homenageou Jairo Pacheco, pai de Luciano, e Beto da Oara, filho ilustre da terra. Aos 93 anos, o criador da consagrada Orquestra Oara recebeu a homenagem cercado de aplausos, emoção e respeito, num dos momentos mais simbólicos da noite, na sacada da Estação Ferroviária.

É verdade que houve falhas — como em todo evento que nasce grande. Mas elas ficaram pequenas diante da força do público, da beleza do repertório e do encanto que tomou conta da cidade. O Festival de Seresta e Serenata foi maior que qualquer detalhe a ser ajustado. Foi maior que sua própria estreia. Arcoverde não apenas promoveu um evento: contou sua história cantando, dançando e deixando claro que o romantismo ainda pulsa forte em suas madrugadas. Fotos: Amanda Oliveira

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