terça-feira, 5 de agosto de 2025

STF não concede liminar ao TCE e mantém execução de publicidade do Governo Raquel Lyra

             O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, optou por não conceder a liminar imediata solicitada pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), que buscava suspender a execução do contrato de publicidade da gestão da governadora Raquel Lyra (PSD), orçado em R$ 1,2 bilhão ao longo de dez anos.

Barroso determinou que, antes de qualquer decisão, o Supremo ouvirá a empresa interessada no contrato — a E3 Comunicação Integrada — e também a Procuradoria-Geral da República (PGR). Somente após essas manifestações é que o STF deverá se posicionar quanto ao mérito do pedido de liminar.

O pedido de suspensão foi apresentado em mandado de segurança assinado pelo presidente do TCE, Valdecir Pascoal, que argumenta que a decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), ao liberar a execução do contrato publicitário, feriu a ordem pública e a segurança jurídica, além de cercear o papel constitucional de fiscalização do órgão de contas.

“O Tribunal de Justiça causou, com essa decisão, lesão à ordem pública, coibindo a realização de atos que a Constituição Federal atribui, como poder-dever, ao Tribunal de Contas”, diz o trecho da petição enviada ao STF.

O TCE-PE solicitava a suspensão “inaudita altera parte”, ou seja, sem ouvir previamente as demais partes envolvidas, o que não foi acatado por Barroso.

No fim de julho, o desembargador Fernando Cerqueira, do TJPE, concedeu liminar favorável à empresa E3 Comunicação, suspendendo os efeitos de uma decisão anterior do próprio TCE que barrava parte da execução do contrato milionário firmado pelo Governo de Pernambuco para ações de comunicação institucional.

O contrato tornou-se alvo de CPI na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), instalada no início desta semana, com a oposição questionando o montante, a necessidade e a destinação dos recursos públicos.

Agora, com a decisão do STF de ouvir as partes, o processo deve se arrastar pelos próximos dias ou semanas, enquanto o contrato permanece vigente. O impasse expõe o embate institucional entre órgãos de controle estadual, o Judiciário local e a máxima Corte do país, além de ampliar o desgaste político da governadora Raquel Lyra em meio a crescentes pressões de deputados estaduais e da sociedade civil.

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