quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Nordeste cobra medidas urgentes do governo federal para proteger exportações e empregos

Governadores nordestinos se unem ao presidente Lula em Brasília para pressionar contra sobretaxas e articulam medidas emergenciais para defender setor produtivo

Em um movimento conjunto inédito desde o início da nova legislatura, governadores do Nordeste estiveram reunidos nesta terça-feira (5) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Brasília, durante a 5ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS). No centro do debate: a preocupação com as sobretaxas que os Estados Unidos pretendem impor aos produtos brasileiros, com impacto direto sobre as exportações e os empregos da região.

Entre os setores mais afetados, a produção de frutas e açúcar — pontos fortes na balança econômica do Nordeste — está no foco das discussões. Os gestores cobraram ações coordenadas para enfrentar a ameaça tarifária e garantir apoio imediato ao setor produtivo regional.

“Estou junto com todos os governadores do Nordeste intensificando o diálogo para encontrarmos soluções que minimizem o impacto das sobretarifas previstas ou até que elas sejam evitadas. Nosso trabalho é garantir a solidariedade ao empresariado e a manutenção dos nossos empregos”, afirmou a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), presente no encontro.

O presidente Lula reforçou que o governo brasileiro já vinha se preparando para responder a medidas protecionistas, e que recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar as tarifas. Ele também destacou os esforços para abrir novos mercados e fortalecer o comércio exterior nacional.

“Nós vamos recorrer à OMC e continuar atuando para fortalecer as exportações brasileiras, criando novas oportunidades para as empresas nacionais”, afirmou o presidente.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, também participou da reunião e garantiu que o Palácio do Planalto já trabalha em estratégias de compensação e incentivo ao setor produtivo, com foco na manutenção dos empregos.

“Vamos trabalhar para reverter esse processo e apoiar as empresas, o emprego e o setor produtivo, além de buscar novos mercados internacionais”, declarou Alckmin.

Presidente do Consórcio Nordeste, o governador do Piauí, Rafael Fonteles, reforçou o comprometimento dos estados com uma resposta nacional articulada. Segundo ele, os governadores da região colocaram-se à disposição para somar forças com o governo federal na criação de políticas públicas eficazes para o momento crítico.

“Sendo mantido esse tarifaço, o governo federal e nossos governos irão anunciar medidas para proteger os empregos. Medidas como oferta de crédito, incentivos fiscais e compras governamentais estão sendo desenhadas”, afirmou Fonteles.

A expectativa agora é que o Planalto anuncie um pacote emergencial de medidas econômicas, que poderá incluir:

  • Linhas de crédito específicas para exportadores afetados;
  • Aumento de incentivos fiscais e subsídios temporários;
  • Expansão de compras públicas de produtos nacionais;
  • Estratégias para diversificação de mercados internacionais.

Os estados do Nordeste, por sua vez, devem complementar essas ações com medidas próprias de apoio à produção local, envolvendo desde isenções estaduais até políticas de fomento e capacitação.

A união dos governadores nordestinos em torno do tema marca uma atuação política coordenada diante de uma ameaça externa concreta. Ao mesmo tempo, reafirma a relevância da região na cadeia de exportações brasileiras e o impacto que decisões internacionais podem gerar na economia local e no emprego regional.

Enquanto o impasse tarifário segue em pauta nas instâncias internacionais, a resposta dos líderes nordestinos evidencia que o Nordeste quer ser ouvido, quer ser protegido e quer continuar produzindo.

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