Perícia aponta múltiplos
focos e descarta causas acidentais no fogo que destruiu 16 veículos, incluindo
13 ônibus escolares; prejuízo ultrapassa R$ 8 milhões
O incêndio de grandes proporções
que destruiu 16 veículos, entre eles 13 ônibus escolares da Prefeitura de Bom
Conselho, no Agreste de Pernambuco, foi criminoso. A conclusão é de um laudo
técnico da Polícia Científica do Estado, divulgado na última quarta-feira (30),
que desmonta versões iniciais sobre possível causa acidental e aponta a
existência de focos distintos e independentes no local.
O documento, assinado pelo
perito criminal Kleber Rosalvo Alencar Cardoso, afirma que o incêndio ocorrido
na madrugada de 20 de junho “apresentou características predominantes de ação
criminosa”, com indícios que apontam para a atuação deliberada com o objetivo
de provocar o fogo. O prejuízo causado pelo crime é estimado pela prefeitura em
mais de R$ 8 milhões.
De acordo com a perícia, os
ônibus estavam distribuídos de maneira que não justificaria a propagação
natural das chamas entre todos os veículos. Treze deles estavam enfileirados a
uma distância inferior a um metro. No entanto, dois outros ônibus escolares,
posicionados de forma afastada do grupo principal, também ficaram quase
totalmente carbonizados, o que levantou um alerta técnico.
“Mesmo que houvesse um
eventual início causado por origem elétrica de um dos veículos, ainda não se
explica a queima dos ônibus separados do grupo”, diz o laudo.
A análise científica
descartou qualquer causa acidental, como curto-circuito ou falha mecânica. O
laudo foi enfático ao afirmar que não foram localizadas fontes elétricas ou de
combustão espontânea que justificassem o início do fogo. Além disso, os peritos
destacaram que o incêndio se expandiu com rapidez, limitado apenas pela
quantidade de combustível presente e pela oxigenação abundante no ambiente.
Antes do laudo, a hipótese
levantada pela gestão municipal era de que o fogo teria começado em um caminhão
de merenda escolar estacionado no galpão. Essa possibilidade, no entanto, foi
totalmente descartada com base nos dados técnicos.
No dia da ocorrência,
equipes do Corpo de Bombeiros conseguiram controlar as chamas, enquanto a Polícia
Militar fez o isolamento do galpão e a Polícia Civil iniciou as investigações.
Agora, com a conclusão do laudo pericial, o caso ganha novo rumo e reforça a
urgência por respostas sobre os autores e as motivações do crime.
O incêndio causou um impacto
direto na mobilidade escolar do município, que precisou adotar medidas
emergenciais para garantir o transporte dos alunos da rede pública. A gestão
municipal ainda não informou se haverá ajuda estadual ou federal para reposição
da frota perdida.
Enquanto isso, o clima na
cidade é de indignação e cobrança por justiça. Com a confirmação de que o
incêndio foi criminoso, o desafio das autoridades agora é identificar e
responsabilizar os autores de um dos maiores ataques ao patrimônio público da
história recente do município.
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