quarta-feira, 30 de julho de 2025

Trump impõe tarifa de 50% a produtos brasileiros com exceções e acusa Brasil de ameaçar segurança dos EUA

                   Em um movimento que promete elevar a tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos, o presidente norte-americano Donald Trump assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando o total de taxação para 50%. A medida, que entra em vigor no próximo 6 de agosto, exclui da lista itens como suco de laranja, petróleo, aeronaves civis, fertilizantes, peças automotivas, veículos e produtos energéticos.

Segundo a Casa Branca, o aumento tarifário foi adotado em resposta a ações recentes do governo brasileiro que, na visão americana, representam uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”. O documento cita ainda uma suposta perseguição política promovida por autoridades brasileiras — especialmente pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) — contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores.

A decisão está embasada em uma série de acusações formais que colocam o Brasil sob escrutínio internacional. A Casa Branca afirma que o ministro Moraes é responsável por “intimidar e perseguir milhares de opositores políticos, proteger aliados corruptos e suprimir dissidências”, frequentemente em coordenação com outros membros do STF. A nota também critica sanções aplicadas a empresas de tecnologia americanas que teriam descumprido decisões judiciais brasileiras, incluindo multas, ameaças de processo criminal e até bloqueio de ativos no Brasil.

Um dos casos citados no decreto é o do blogueiro Paulo Figueiredo, residente nos EUA, que estaria sendo processado criminalmente no Brasil por declarações feitas em território americano — o que, segundo o governo norte-americano, seria uma violação à liberdade de expressão protegida pela Constituição dos Estados Unidos.

“O presidente Trump está defendendo empresas americanas contra extorsão, protegendo cidadãos americanos contra perseguição política, salvaguardando a liberdade de expressão americana contra censura e protegendo a economia americana de ser sujeita a decretos arbitrários de um juiz estrangeiro tirânico”, diz o comunicado oficial divulgado pela Casa Branca.

A medida também oficializa o bloqueio de vistos de entrada para ministros do STF brasileiro, uma iniciativa que já vinha sendo ventilada por autoridades americanas desde o início do mês, conforme antecipado por veículos como o Washington Post.

Ainda não houve resposta formal do governo brasileiro, mas fontes do Itamaraty indicam que a medida é vista com preocupação, especialmente por seu teor político e personalista. A taxação, apesar das exceções, poderá afetar setores importantes da economia brasileira, sobretudo os que mantêm cadeias produtivas integradas com os EUA.

Analistas apontam que a decisão se soma a um cenário já delicado para o Brasil em sua relação com os Estados Unidos, intensificado com o retorno de Trump ao poder. A narrativa de defesa da liberdade de expressão e da proteção a empresas americanas pode ganhar força política interna nos EUA, mas representa um desafio adicional para a diplomacia brasileira em meio à crescente polarização ideológica. 

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