quarta-feira, 30 de julho de 2025

Recurso do MPE contra a chapa do PP de Arcoverde será julgado no TSE, Nunes Marques também é o relator

               Um recurso em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderá provocar mudanças significativas na composição da Câmara Municipal de Arcoverde. O processo, registrado sob o número 0600283-77.2024.6.17.0057, foi apresentado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e questiona a legalidade da chapa proporcional do Partido Progressistas (PP) nas eleições municipais de 2024, sob acusação de fraude à cota de gênero.

O caso está sob a relatoria do ministro Kassio Nunes Marques, que também conduz outra ação envolvendo o município, conforme destacado pela Secretaria Judiciária do TSE: a que trata do número de vagas na Casa James Pacheco, questionada pelo suplente de vereador André Paulo (PDT). O julgamento do recurso pode ter desdobramentos diretos, incluindo a cassação do mandato do vereador eleito pelo PP, Paulinho Wanderley, atualmente em exercício.

A legislação eleitoral brasileira determina que no mínimo 30% das candidaturas de cada partido ou coligação sejam de mulheres. De acordo com o Ministério Público, a chapa do PP teria incluído candidatas fictícias apenas para cumprir formalmente essa exigência, sem que elas tivessem realizado qualquer tipo de campanha efetiva.

Para o MPE, que tomou a frente da ação, a prática configura fraude à cota de gênero, o que, se reconhecido pelo TSE, pode acarretar a inelegibilidade de toda a chapa proporcional, em linha com jurisprudência consolidada na Corte. Já existem precedentes do TSE que resultaram na anulação de chapas inteiras em casos semelhantes, o que fortalece o argumento da acusação.

Se a decisão for favorável ao recurso do Ministério Público, o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) terá que realizar uma nova recontagem dos votos válidos, excluindo os votos do PP. Isso poderá mudar o quociente eleitoral e afetar diretamente os atuais detentores de mandato, abrindo caminho para a entrada de novos vereadores.

A ação reforça o crescente rigor da Justiça Eleitoral na fiscalização da autenticidade das candidaturas femininas e no combate ao uso indevido da cota de gênero como mera formalidade. A decisão, ainda sem data para julgamento, é aguardada com atenção pelos partidos, pela Câmara e pela sociedade arcoverdense, dada sua repercussão política imediata e impacto no equilíbrio de forças no legislativo municipal. 

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