quarta-feira, 30 de julho de 2025

Raquel Lyra critica viés político em taxação dos EUA e defende diálogo econômico

                Às vésperas da entrada em vigor da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), defendeu nesta quarta-feira (30) que as negociações entre os dois países se mantenham estritamente no campo econômico, sem interferências políticas. A medida anunciada pelo governo do presidente Donald Trump vem causando apreensão em setores produtivos do Estado, especialmente pelo impacto potencial nas exportações de manga, açúcar, pescados e carne — principais itens enviados de Pernambuco ao mercado americano.

O ponto mais controverso da taxação é a alegada condição política imposta por Trump, que incluiria a suspensão de processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como contrapartida para um eventual recuo da sobretaxa. Raquel Lyra foi direta ao criticar esse caminho:

“Não faz sentido discutir uma questão tão séria com conotação política. Precisamos colocar o pé no chão e restaurar o diálogo dentro da normalidade”, afirmou a governadora, ao ser questionada sobre o envolvimento de Bolsonaro nas negociações.

Segundo ela, os impactos de uma taxação dessa natureza não se limitariam ao Brasil, mas também afetariam a própria economia americana.

“Estamos vendo avanços e recuos dentro do próprio governo americano. Acreditamos que ainda pode haver um recuo, inclusive com possíveis isenções para determinados itens”, avaliou.

Na próxima terça-feira (6), Raquel Lyra participará de uma reunião dos governadores do Nordeste com o vice-presidente Geraldo Alckmin, em Brasília, com foco justamente nas consequências econômicas da tarifa e na busca por soluções conjuntas para proteger as exportações da região.

Enquanto aguarda o posicionamento definitivo dos EUA, a governadora tem se reunido com empresários, trabalhadores rurais e membros do Governo Federal para discutir estratégias. “Precisamos garantir que os empreendedores pernambucanos continuem exportando e que nossos trabalhadores mantenham seus empregos”, destacou.

Raquel também defende a diversificação de mercados, com o fortalecimento de relações comerciais com países da Europa e da China, a fim de reduzir a dependência do mercado norte-americano.

“Nosso objetivo é que Pernambuco continue crescendo, expandindo sua presença internacional e promovendo oportunidades para quem vive da produção rural e industrial”, concluiu.

A decisão do governo americano deve ser oficializada nesta sexta-feira (1º), mas as articulações e defesas já estão em curso para minimizar os efeitos da medida e proteger os interesses econômicos do Estado. 


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