“Essa é a hora da gente
mostrar que o Brasil quer ser respeitado no mundo. O Brasil é um país que não
tem contencioso com nenhum outro e que, portanto, não aceita desaforamento”,
declarou Lula, em tom firme.
Na mesma entrevista, Lula
anunciou que irá organizar uma comissão com empresários brasileiros para
dialogar diretamente com os EUA e tentar reverter a taxação. No entanto, deixou
claro que, caso as negociações fracassem, o Brasil recorrerá à Organização
Mundial do Comércio (OMC) e poderá adotar medidas retaliatórias em resposta à
tarifa imposta por Trump.
Além disso, o presidente
revelou que o país está avaliando a diversificação de seus mercados internacionais
como forma de reduzir a dependência de parceiros que adotem posturas
unilaterais e desrespeitosas.
A resposta de Lula às
tensões comerciais foi além da entrevista. Em um artigo publicado
simultaneamente em jornais de diversos países, como o britânico The Guardian, o
argentino Clarín e o chinês China Daily, o presidente brasileiro criticou
duramente a atual desestruturação das instituições multilaterais.
“A prevalência da ‘lei do
mais forte’ ameaça o sistema de comércio global”, escreveu Lula, em alusão ao
comportamento de governos como o de Trump, sem citá-lo diretamente.
No texto, Lula defendeu a reconstrução
das organizações internacionais, como a OMC, com base em princípios mais justos
e representativos da realidade global atual.
“Se as organizações
internacionais parecem ineficazes, é porque sua estrutura não reflete mais a
realidade atual. A solução para a crise do multilateralismo não é abandoná-lo,
mas reconstruí-lo”, afirmou.
O posicionamento do
presidente brasileiro reflete uma tentativa de reposicionar o país como um ator
global soberano, dialogando com múltiplos blocos econômicos e políticos, e
defendendo o multilateralismo como ferramenta essencial para o equilíbrio das
relações internacionais.
Enquanto setores
empresariais observam com preocupação os impactos da medida de Trump, a fala de
Lula busca tranquilizar o mercado interno e reafirmar a independência do Brasil
diante de pressões externas, especialmente em um momento de instabilidade
geopolítica global.
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