domingo, 20 de julho de 2025

AGU pede ao STF investigação sobre uso de informações privilegiadas

              A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de investigação sobre o suposto uso indevido de informações privilegiadas no mercado cambial, com indícios de operações realizadas por pessoas que teriam tido acesso prévio a decisões estratégicas do governo norte-americano antes do anúncio de tarifas contra produtos brasileiros. O pedido foi apresentado no âmbito do inquérito que apura a atuação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro em articulações internacionais com objetivo de pressionar o Supremo Tribunal Federal e o governo brasileiro.

Segundo revelado em reportagens do G1 e da TV Globo, transações atípicas de câmbio ocorreram pouco antes do anúncio oficial das tarifas dos Estados Unidos, em um volume e em um momento que levantaram suspeitas no mercado. Conforme os dados obtidos pelas reportagens, grandes operações de compra de dólares foram realizadas por pessoas físicas e jurídicas que, segundo apurações preliminares, poderiam ter tido conhecimento prévio das medidas comerciais que teriam impacto direto na valorização da moeda norte-americana frente ao real.

A AGU considerou os indícios "graves" e que apontam para a possível prática de insider trading, crime financeiro que consiste no uso de informação sigilosa para obter vantagem no mercado. Por isso, a instituição também acionou a Procuradoria-Geral Federal para que sejam adotadas medidas junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão responsável por fiscalizar e regulamentar o mercado de capitais no Brasil.

O caso se insere no inquérito que tramita no STF, onde se investiga o suposto uso de instrumentos diplomáticos e comerciais internacionais como forma de coagir autoridades brasileiras, especialmente ministros do Supremo e integrantes do Executivo federal. As investigações apontam para uma possível interferência junto ao governo dos Estados Unidos, com o intuito de provocar sanções ou tensões comerciais que fossem utilizadas como narrativa política e arma de pressão interna.

Com a entrada da AGU e o envolvimento da CVM, o caso ganha contornos mais amplos, tocando não apenas na esfera política e diplomática, mas também no coração do sistema financeiro nacional, ao levantar a suspeita de que informações confidenciais podem ter sido usadas de forma indevida para fins lucrativos.

A investigação tende a avançar nos próximos dias, com possível compartilhamento de informações entre o STF, a CVM e o Banco Central, além da eventual oitiva de operadores do mercado e autoridades com acesso às decisões comerciais em curso.

Caso se confirme o uso de informações privilegiadas com fins financeiros, as consequências podem incluir responsabilização criminal, administrativa e cível dos envolvidos — com impactos que vão além da política, alcançando também o sistema financeiro e as relações internacionais do Brasil.

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