A investigação foi iniciada
a partir de uma representação anônima encaminhada à Ouvidoria Geral de Justiça
do MPPE, que apontava supostas falhas na condução dos editais municipais da Lei
Paulo Gustavo. As acusações envolviam desde a habilitação de possíveis candidatos
impedidos, como servidores públicos, até exigências formais consideradas
restritivas, como a entrega presencial de documentos, alterações pouco
divulgadas e a limitação ao envio de recursos apenas por e-mail.
Entre os pontos mais
sensíveis destacados pela denúncia estava a participação do servidor técnico
judiciário Paulo Tarcísio Freire de Almeida, vinculado ao Tribunal de Justiça
de Pernambuco (TJPE). Segundo o denunciante, sua inscrição colocaria em xeque a
imparcialidade do processo seletivo. No entanto, o MPPE frisou que o edital
vedava a participação apenas de magistrados (juízes, desembargadores ou
ministros), o que não inclui técnicos judiciários.
A apuração detalhada dos
documentos e dos esclarecimentos prestados pela Prefeitura de Buíque levou o
Ministério Público a constatar que:
- Recursos foram aceitos por e-mail, como previa o edital;
- A participação de servidores públicos, desde que não diretamente ligados à secretaria executora dos editais, não contraria as regras estabelecidas;
- Não há impedimento legal para que uma mesma pessoa concorra em mais de um edital da Lei Paulo Gustavo, desde que respeite os critérios previstos;
- O uso de um mesmo CPF em inscrições diferentes foi interpretado como regular, desde que as propostas estivessem compatíveis com as categorias e os critérios de avaliação.
Com base nesses
esclarecimentos e na ausência de ilegalidades, o MPPE arquivou o procedimento,
informando tanto o denunciante quanto a Prefeitura Municipal da decisão. Para o
órgão, todos os pontos levantados foram respondidos de forma satisfatória, não
havendo necessidade de novos desdobramentos.
O desfecho do caso contribui
para fortalecer a segurança jurídica dos processos culturais conduzidos com
recursos da Lei Paulo Gustavo em Buíque, e destaca a importância do controle
institucional sem criminalização indevida de gestões públicas locais. A
promotoria ressaltou, no entanto, que permanece vigilante em relação à
aplicação de verbas públicas e continuará recebendo denúncias e acompanhando
editais futuros no município.
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