A manobra tem um duplo
objetivo: garantir um espaço na base do governo Lula (PT) e manter o controle
sobre o PSDB, impedindo que o partido caia nas mãos do grupo do presidente da
Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Álvaro Porto, desafeto político
de Raquel. Segundo aliados, a governadora resistia à mudança de legenda
justamente para evitar que Porto assumisse o comando dos tucanos no estado.
Mesmo com a mudança de
Priscila Krause, o PSDB pernambucano continuará sob a presidência de Fred Loyo,
eleito em novembro de 2023, quando assumiu o diretório estadual no lugar da
própria Raquel Lyra. Apesar disso, a entrada da vice-governadora no partido
sinaliza que a ex-tucana quer manter uma linha direta de influência sobre a
sigla.
A movimentação ocorre em um
contexto onde o PSDB se tornou a legenda com o maior número de prefeituras em
Pernambuco, elegendo 32 prefeitos em 2024, superando o PSB, partido do prefeito
do Recife, João Campos, que conquistou 31 prefeituras. Esse crescimento torna o
partido ainda mais estratégico no tabuleiro político estadual.
Com a migração para o PSD,
Raquel Lyra se aproxima do presidente da sigla, Gilberto Kassab, e do governo
federal, em busca de articulações e recursos para sua gestão. O PSD tem
ampliado sua participação no governo Lula, e a entrada da governadora reforça
essa aliança.
O movimento de Raquel evidencia uma mudança de postura na política pernambucana e nacional. Se antes o PSDB era um símbolo de oposição ao PT, agora, a sigla no estado parece ser tratada como um satélite do PSD, garantindo a Raquel um pé em cada canoa sem abrir mão de sua influência local.
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