A história começou com o militar
alegando, na ação judicial, que tem um filho autista, o que o levou a buscar
uma redução em sua carga horária semanal para poder dedicar mais tempo ao
cuidado do filho. Mesmo com a autorização administrativa para reduzir suas
horas de trabalho, o policial teve seu nome incluído em escalas extras de
serviço, desconsiderando a sua situação pessoal e a legislação que regulamenta
a adesão voluntária ao PJES.
O programa foi criado em
1999 durante o governo de Jarbas Vasconcelos, como uma alternativa para aumentar
a disponibilidade de plantões, sem que fosse necessário recorrer a novos
concursos, em um contexto de déficit de profissionais de segurança. No entanto,
a adesão ao PJES sempre foi prevista como voluntária, de acordo com a Lei
Estadual. Isso significa que nenhum policial poderia ser forçado a participar,
um ponto que ficou claro na sentença do juiz Edvaldo José Palmeira, que
reforçou o caráter voluntário do programa com base no Decreto Estadual nº
38.438/2012.
O juiz destacou ainda que a
imposição de participação em plantões extras sem o consentimento dos policiais
militares é ilegal, considerando que o PJES deveria ser uma opção e não uma
obrigação. Para agravar a situação, circulam denúncias de que, nos batalhões da
PM, a não adesão ao programa voluntário é frequentemente acompanhada de
represálias, como mudanças forçadas de município para quem se recusa a cumprir
os plantões extras.
Além deste caso, também
foram registrados outros episódios de irregularidades na corporação, como o
caso de 35 policiais no Grande Recife que receberam pagamentos extras sem ter
trabalhado, conforme revelou uma auditoria recente.
A sentença proferida no caso
específico do 24º Batalhão abre um precedente importante para os direitos dos
policiais militares, que não podem ser coagidos a participar do PJES. A decisão
vem em um momento crucial, reforçando que a gestão pública deve respeitar as
leis trabalhistas e garantir que os servidores tenham o direito de decidir
sobre sua carga horária sem pressões externas.
A questão segue em aberto, com muitos policiais aguardando uma maior fiscalização sobre as práticas adotadas pelos comandos da Polícia Militar de Pernambuco.
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