“Oito anos são quatro
eleições, é um tempo extenso na minha avaliação”, disse Hugo Motta sobre a Lei
da Ficha Limpa.
“A Lei da Ficha limpa trouxe
muitas mudanças. Hoje, o Brasil já está adaptado com essa lei, há uma
compreensão de que a lei foi boa. Se houver interesse de algum partido, de
algum parlamentar em discutir isso, e aí entra o cenário de 26, que começou a
falar para tratar a inelegibilidade de Bolsonaro, aí o Congresso vai discutir,
o Congresso é soberano. Esse não foi um tema, um assunto, que eu dialoguei com
os líderes para sentir o ambiente sobre a necessidade ou não de uma mudança na
Lei da Ficha Limpa”, acrescentou.
Os deputados federais de
oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) preparam uma nova
tentativa de reverter a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL),
proibido de concorrer a cargos eletivos até 2030, e habilitá-lo para a disputa
presidencial de 2026.
Após entraves no projeto de
lei que pretende anistiar os extremistas do 8 de Janeiro, os opositores se
mobilizam pela aprovação de um projeto de lei complementar (PLP) de autoria de
Bibo Nunes (PL-RS) para mudar a Lei da Ficha Limpa. A proposta foi protocolada
em julho de 2023, logo após o primeiro julgamento do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) que condenou Bolsonaro a oito anos de inelegibilidade.
O texto do deputado gaúcho
reduz o tempo da pena de inelegibilidade de oito para dois anos. Segundo a
justificativa apresentada, o período proposto "é uma sanção mais do que
suficiente para os fins que se almeja a inelegibilidade". Além do autor,
72 deputados federais assinam a medida como coautores
A proposta está em
tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara,
sob a relatoria do deputado federal Filipe Barros (PL-PR), que ainda não
apresentou um parecer. O colegiado, que analisa a admissibilidade jurídica de
projetos de lei e é considerado o mais importante da Casa, elegerá neste mês um
novo presidente. A comissão, por ora, é comandada por Caroline de Toni (PL-SC).
Hugo Motta também revelou,
em outra entrevista, que, enquanto presidente da Casa, não pode "ignorar
uma pauta de um partido, o maior da Casa, o PL".
"Vamos conduzir com
muita responsabilidade, sem arroubos, com muita cautela, para que a votação, ou
perspectiva de votação, de um projeto tão polêmico não venha a atrapalhar o
relacionamento que deve sempre existir de forma respeitosa entre Legislativo,
Judiciário e Executivo", disse.
Em entrevista à BandNews, Motta reconheceu que o projeto da anistia "é uma pauta que divide a Casa" e "acaba aumentando o tensionamento que já existe" entre os Três Poderes.
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