quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

PF conclui investigação sobre operações da PRF nas eleições de 2022

             A Polícia Federal finalizou mais uma investigação sobre as polêmicas operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições de 2022, que visaram dificultar o fluxo de eleitores no Nordeste. O relatório aponta o envolvimento direto de quatro ex-diretores e coordenadores do órgão em crimes como desobediência, prevaricação e restrição ao direito de voto.

Entre os indiciados, estão figuras de alto escalão da gestão de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, que já havia sido apontado como peça-chave no caso e passou quase um ano em prisão preventiva. Alinhado ideologicamente ao então presidente Jair Bolsonaro, Vasques foi acusado de transformar a direção da PRF em um braço político, desviando a atuação do órgão para interesses eleitorais.

Na manhã de 30 de outubro de 2022, data do segundo turno, a PRF montou barreiras policiais no interior do Nordeste, região onde Lula, candidato do PT, tinha forte apoio eleitoral. De acordo com a investigação, essas blitze não tinham base técnica e foram planejadas exclusivamente para dificultar o acesso de eleitores às urnas. A intervenção do então presidente do TSE, Alexandre de Moraes, foi crucial para interromper as operações e normalizar o fluxo eleitoral.

Além de Silvinei, a PF identificou o envolvimento de:

Luis Carlos Reischak Júnior, ex-diretor de Inteligência da PRF e ex-superintendente no RS;

Rodrigo Cardozo Hoppe, ex-coordenador de Inteligência da PRF;

Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações da PRF;

Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de Inteligência da PRF;

Bruno Nonato dos Santos Pereira, ex-coordenador de Inteligência da ANTT, que também foi indiciado por participação no esquema.

Os acusados são investigados por crimes graves, incluindo a tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais. O relatório da PF, ao qual o UOL teve acesso, detalha como o planejamento e a execução das blitze foram conduzidos com motivações políticas, comprometendo a integridade do processo eleitoral.

O caso lança luz sobre o uso indevido de instituições públicas em benefício de interesses partidários, um alerta sobre os riscos que pairam sobre a democracia quando organismos de Estado são desviados de suas funções para atender a interesses pessoais ou ideológicos.

👉 Acompanhe mais notícias em nossas redes sociais:

📸 Instagram   👍 Facebook


Nenhum comentário:

Postar um comentário