sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Furto de 1,1 mil armas e munições completa quatro anos sem punições em Pernambuco

              A descoberta do furto de mais de 1,1 mil armas de fogo e 3 mil munições do depósito da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil de Pernambuco, no bairro de São José, em Recife, completou quatro anos sem que os acusados, incluindo quatro policiais civis, tenham sido punidos.

O caso, que chocou o estado, segue em tramitação no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Apesar de ter avançado para a fase de alegações finais, não há previsão para a publicação da sentença. Ao todo, 19 réus respondem por crimes como organização criminosa, comércio ilegal de armas de fogo, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva.

O sumiço das armas foi descoberto em 5 de janeiro de 2021 por um comissário responsável pela manutenção e conserto do armamento, após retornar de férias. Inicialmente, uma auditoria revelou o desaparecimento de 326 armas, mas um relatório de fevereiro de 2021, assinado pelo delegado Adelson Barbosa e enviado à Polícia Federal, apontou que o número era muito maior: 1.131 armas, incluindo metralhadoras, pistolas e revólveres.

Em agosto de 2021, uma operação prendeu os policiais envolvidos e trouxe à tona a dimensão do esquema, mas, até o momento, o desfecho do processo criminal permanece indefinido.

Paralelamente, no final de 2024, a Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) concluiu uma investigação preliminar baseada em depoimentos e no inquérito da Polícia Civil. Como resultado, foi instaurado um processo administrativo disciplinar contra os policiais acusados. Três deles, atualmente aposentados, correm o risco de ter suas aposentadorias cassadas, enquanto o único ainda na ativa pode ser demitido.

Consequências do esquema

O caso revelou falhas graves na segurança e gestão do armamento dentro da Core, além de levantar preocupações sobre o destino das armas furtadas, que poderiam ter sido utilizadas para alimentar o crime organizado. A falta de celeridade no julgamento tem gerado críticas de especialistas e da sociedade civil, que cobram uma punição exemplar e medidas preventivas para evitar novos episódios semelhantes.

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