No Agreste de Pernambuco,
uma região onde a natureza desafia e inspira, a força de um povo e a coragem de
um homem transformaram o destino de uma cidade. Ali, no coração de Belo Jardim,
a 183 quilômetros do Recife, ergueu-se uma fábrica que iria muito além da
produção de doces: a Mariola, fundada em meados de 1915 por Jorge Aleixo da
Cunha e sua esposa Quitéria Batista de Lima, se tornaria o alicerce econômico e
cultural da região.
Com a bravura de quem ousou
em empreender em terras áridas, Jorge viu na produção de doces caseiros de
Quitéria não apenas uma forma de sustento, mas um legado que refletia a garra
de sua gente. Aos poucos, a Mariola foi ganhando espaço, até se tornar uma das
maiores indústrias de doces do estado, um símbolo de pertencimento e orgulho
para os moradores da localidade.
A fábrica não produziu
apenas doces; ela construiu histórias. Ao longo de quase cinco décadas, a
Mariola foi parte do cotidiano de Belo Jardim, movimentando a economia, criando
laços afetivos e marcando cada memória de infância com sabor. Agora, essa
história volta a pulsar. O prédio da antiga indústria, que hoje é a sede do
Instituto Conceição Moura, vai se tornar também um espaço de memória e
celebração: o Museu Memórias Vivas.
Ao cruzar as portas do Museu
Memórias Vivas, idealizado e criado pelo Instituto Conceição Moura, o visitante
será transportado para um tempo em que cada receita era carregada de afeto e
cada doce, uma lembrança. A visita mediada conduzirá o público aos primórdios
da fábrica, apresentando as raízes humildes de Jorge e Quitéria, que
enfrentaram os desafios de empreender no Agreste e ergueram uma indústria que,
até seu fechamento em 1969, foi um pilar da região.
“Trazer a história da
Fábrica Mariola para o Museu Memórias Vivas é mais do que preservar o legado de
uma indústria; é dar vida às memórias de um povo que ajudou a construir Belo
Jardim", reflete George Pereira, curador do Memórias Vivas. "A
fábrica não apenas movimentou a economia e gerou empregos, mas também cultivou
afetos, identidade e um sentimento de pertencimento. O museu se torna um espaço
onde essa rica história é recontada, não só para aqueles que viveram essa
época, mas, especialmente, para as novas gerações que precisam entender o valor
desse legado”.
Durante a visita ao Museu
Memórias Vivas, os visitantes terão a oportunidade de explorar o espaço onde um
dia funcionou a fábrica de doces. No início da visita, o público é transportado
para os primórdios da indústria local, conhecendo a trajetória dos fundadores
Quitéria e Jorge Aleixo. Fotos antigas e objetos pessoais complementam o
ambiente, enquanto réplicas em 3D dos maquinários permitem uma experiência
tátil, resgatando as décadas de crescimento e os sucessos que consolidaram a
fábrica como um símbolo de Belo Jardim. No encerramento, os visitantes são
convidados a refletir sobre o impacto duradouro dessa história para a
comunidade local. A visita termina no Cineteatro Cultura com a exibição de um
curta-metragem, que aborda temas e memórias explorados na visitação,
finalizando com um momento de troca e avaliação entre os visitantes.
Além da exposição permanente, o espaço contará com uma exposição imersiva temporária. A primeira mostra vai celebrar a identidade e o talento do Agreste pernambucano, com assinatura da produtora cultural e fotógrafa Thalita Rodrigues, cuja obra captura a essência e a história local, trazendo reflexões sobre a vida na região. A exposição vai integrar arte, tecnologia e memória, fortalecendo o sentimento de pertencimento e proporcionando uma conexão mais profunda com a riqueza da história regional. Do Diario PE
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