A decisão, relatada pelo
conselheiro Ranilson Ramos, foi acompanhada pelos conselheiros Marcos Loreto e
Dirceu Rodolfo, além do representante do Ministério Público de Contas, Guido
Rostand. Segundo o relator, o caso apresenta “graves irregularidades” e ocorreu
em pleno período eleitoral, levantando suspeitas de superfaturamento e
direcionamento.
Em junho de 2022, a
Prefeitura, sob a gestão do prefeito Alexandre Batité (MDB), lançou uma
licitação para adquirir 200 kits de robótica, com valor total estimado em quase
R$ 3 milhões. Apesar da complexidade do objeto, o prazo para apresentação de
propostas foi o mínimo permitido por lei: oito dias. Apenas uma empresa
participou e venceu o processo.
Embora a licitação tenha
sido realizada em 2022, o contrato só foi firmado mais de um ano depois, em
período eleitoral, com pagamento inicial de mais de R$ 500 mil. A Prefeitura
nunca havia firmado contrato anteriormente para a entrega dos kits.
A denúncia que desencadeou a
investigação partiu do vereador Sidcley do Hospital (PP), que protocolou o caso
no TCE-PE. Segundo o parlamentar, enquanto o valor unitário de cada kit na
licitação foi de R$ 9.500, outras prefeituras adquiriram equipamentos similares
por preços muito menores, variando entre R$ 183 e R$ 2.557, conforme registros
no Portal Nacional de Compras Públicas.
Além do superfaturamento, a
denúncia revelou que a mesma empresa venceu licitações em pelo menos cinco
outras cidades, incluindo Sanharó-PE, Custódia-PE e Águas Belas-PE. Em todos os
casos, os termos de referência das licitações eram idênticos, o que, segundo
especialistas, é um forte indicativo de conluio.
Diante das evidências
apresentadas pelo vereador, a Prefeitura inicialmente defendeu a contratação,
mas depois reconheceu a irregularidade e rescindiu o contrato, justificando que
os valores eram “muito onerosos”. Mesmo assim, o conselheiro Ranilson Ramos
ordenou a auditoria para apurar o desvio de recursos públicos e as razões que
permitiram a irregularidade.
A precariedade da infraestrutura educacional em São Bento do Una torna a denúncia ainda mais grave. Dados do Censo Escolar do INEP/MEC mostram que o município possui 25 escolas, sendo 13 localizadas na zona rural. Muitas delas não têm laboratório de ciências ou informática, e menos da metade das unidades têm acesso à internet, essencial para o uso dos kits de robótica. Além disso, apenas 23% das escolas rurais têm acesso à água encanada, e a maioria depende de fossas comuns para o esgoto. Do blog do Silvinho
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