Este será o começo de uma
jornada com cinco formações ao todo, que acontecerão em cada uma das regiões do
Brasil, fortalecendo lideranças quilombolas com foco em mesas de debate
presentes no mais importante evento internacional sobre o clima, — a 30ª
Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30) acontecerá em novembro de
2025, em Belém (PA). As discussões serão iniciadas no Agreste Pernambucano com
um grupo de 25 mulheres e a expectativa é que as participantes sejam
multiplicadoras do conhecimento adquirido ao longo dos três dias de conteúdo
programático presencial.
Os assuntos das aulas foram
definidos em conjunto com as mulheres quilombolas, e vão perpassar pelas
seguintes temáticas: “Política Climática Internacional e COP 30: caminhos para
incidência efetiva; Soluções para a crise climática baseadas no capital: como
reconhecer ameaças e oportunidades; e Programa de Proteção para Defensores de
Direitos Humanos e Acordo de Escazú: Proteção para as defensoras da terra e
território”. Em até um mês após o ciclo formativo as participantes deverão
apresentar um plano de ação em incidência política baseado nos tópicos
abordados durante os encontros.
A partir de ações como esta,
o CBJC tem atuado para responder e reverter desigualdades oriundas da crise
climática junto à população negra nos territórios mais afetados. De acordo com
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil
possui 7,6 mil comunidades quilombolas, localizadas em 1,7 mil municípios,
sendo a maioria destas no Nordeste. Em Garanhuns, estão registradas e
certificadas seis comunidades junto à Fundação Cultural Palmares (FCP), são
elas: Estivas, Castainho, Timbó, Caluête, Tigre e Estrela.
“Estamos fazendo essa
formação para as coordenadoras e os territórios quilombolas relacionados à
CONAQ com o intuito de fortalecer a incidência política dessas mulheres na COP
30. Elas já possuem uma grande trajetória em processos da política climática
internacional. Nesse sentido, nosso objetivo é potencializar esse conhecimento
agregando informações. Vamos levar esse processo educacional para as 05 regiões
do país. Começar pelo nordeste foi uma grata surpresa, visto que nosso primeiro
território quilombola visitado será o Quilombo de Estivas na zona rural de
Garanhuns, a qual está a apenas 3h de Recife, capital brasileira mais ameaçada
pelas mudanças climáticas de acordo com o IPCC”, destaca Anne Heloíse, que atua
como Coordenadora do eixo de Educação Climática do CBJC.
CBJC - O Centro Brasileiro
de Justiça Climática é uma organização nacional da sociedade civil dedicada às
temáticas da população negra na agenda climática. A sua missão é ampliar o
debate público e influenciar políticas públicas de justiça climática e equidade
racial a nível local, regional, nacional e internacional.
CONAQ - Trata-se de uma organização de âmbito nacional, sem fins lucrativos, que representa a maioria dos(as) quilombolas do Brasil. Da CONAQ participam representantes das comunidades quilombolas de 23 estados da federação. Os objetivos da coordenação são lutar pela garantia de uso coletivo do território, pela implantação de projetos de desenvolvimento sustentável, pela implementação de políticas públicas levando em consideração a organização das comunidades de quilombo; por educação de qualidade e coerente com o modo de viver nos quilombos; o protagonismo e autonomia das mulheres quilombolas; pela permanência do (a) jovem no quilombo e acima de tudo pelo uso comum do Território, dos recursos naturais e pela em harmonia com o meio ambiente.
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