quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Mauro Vieira diz que Israel vive 'página triste na diplomacia'

              O ministro Mauro Vieira, do Itamaraty, deu declarações há pouco no Rio de Janeiro, na saída da Marina da Glória, local de reuniões do G20, sobre a crise com Israel. 

“Manifestações do titular da chancelaria do governo Netanyahu, de ontem e de hoje, são inaceitáveis na forma e mentirosas no conteúdo. Uma Chancelaria dirigir-se dessa forma a um chefe de Estado, de um país amigo, o presidente Lula, é algo insólito e revoltante. Uma Chancelaria recorrer sistematicamente à distorção de declarações e a mentiras é ofensivo e grave. É uma vergonhosa página da história da diplomacia de Israel, com recurso a linguagem chula e irresponsável”, criticou vieira. 

Segundo Vieira, a atitude não teria adesão dos israelenses.

“Estou seguro de que a atitude do governo Netanyahu e sua antidiplomacia não refletem o sentimento da sua população. O povo israelense não merece essa desonestidade, que não está à altura da história de luta e de coragem do povo judeu. Em mais de 50 anos de carreira, nunca vi algo assim”, disse.

“Nossa amizade com o povo israelense remonta à formação daquele Estado, e sobreviverá aos ataques do titular da chancelaria de Netanyahu. O ministro Israel Katz distorce posições do Brasil para tentar tirar proveito em política doméstica. Enquanto atacou o nosso país em público, no mesmo dia, na conversa privada com nosso embaixador em Tel Aviv, afirmou ter grande respeito pelos brasileiros e pelo Brasil, que definiu como a mais importante nação da América do Sul. Esse respeito não foi demonstrado nas suas manifestações públicas, pelo contrário”, prosseguiu o chanceler.

Segundo o chanceler, o objetivo da ação de Katz seria criar uma cortina de fumaça.

“Além de tentar semear divisões, busca aumentar sua visibilidade no Brasil para lançar uma cortina de fumaça que encubra o real problema do massacre em curso em Gaza, onde 30 mil civis palestinos já morreram, em sua maioria mulheres e crianças, e a população submetida a deslocamento forçado e a punição coletiva. Isso tem levado ao crescente isolamento internacional do governo Netanyahu, fato refletido nas deliberações em andamento na Corte Internacional de Justiça. É este isolamento que o titular da chancelaria israelense tenta esconder. Não entraremos nesse jogo. E não deixaremos de lutar pela proteção das vidas inocentes em risco. É disso que se trata”.

E anunciou que não haverá resposta fora das regras da diplomacia:

“O embaixador de Israel em Brasília e o governo Netanyahu foram informados de que o Brasil reagirá com diplomacia, mas com toda a firmeza, a qualquer ataque que receber, agora e sempre”.

Desde segunda-feira (19/2), a diplomacia brasileira e a israelense vêm enfrentando uma crise devido à fala de Lula, que comparou a atuação do governo israelense na guerra contra o Hamas ao que Hitler fez com os judeus. Na própria segunda-feira, o ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, chamou o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, ao Museu do Holocausto. 

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