A informação consta em
relatório enviado ao STF para pedir buscas em endereços ligados ao deputado
federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, e a outros servidores da
agência na Operação Vigilância Aproximada, deflagrada nesta quinta.
"As ações apresentaram
viés político de grave ordem representando mais um evento de instrumentalização
da Agência Brasileira de Inteligência", defende a PF.
O documento afirma ainda que
houve uma tentativa de "criar fato desapegado da realidade" para
associar parlamentares e os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do
STF, à organização criminosa. As notícias falsas circularam em grupos
bolsonaristas.
Ramagem é investigado porque, segundo a PF, teria autorizado investigações
paralelas, sem autorização judicial e sem indícios mínimos de materialidade que
justificassem as apurações. Procurado pela reportagem, ele ainda não havia se
manifestado até a publicação deste texto. O espaço permanece aberto a
manifestações.
A Polícia Federal também encontrou documentos que indicam que o sistema de
inteligência da Abin foi usado indevidamente para monitorar uma promotora de
Justiça do Rio de Janeiro que investigou o assassinato da vereadora Marielle
Franco e do motorista Anderson Gomes.
Os documentos sobre a
promotora teriam a mesma identidade visual de relatórios apócrifos produzidos
pela "estrutura paralela" que, segundo a PF, teria sido montada na
Abin.
A investigação foi aberta depois que a PF descobriu que a Abin usou o software First Mile para monitorar adversários políticos de Bolsonaro. A lista inclui o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o ministro da Educação, Camilo Santana, governadores e parlamentares de oposição ao ex-presidente, como a ex-deputada Joice Hasselmann, e ministros do Supremo Tribunal Federal.
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