domingo, 16 de julho de 2023

Caso Padre Airton: “os relatos de vítimas são impactantes” e mais vítimas podem surgir

                   O blog do Nill Junior traz neste domingo (16) algumas outras revelações sobre o caso do Padre Airton Freire, preso na última sexta-feira (14) sob a acusação de abusos sexuais. No artigo, ele destaca que “prisão é exceção, não regra” para afirmar que a prisão preventiva de alguém tão poderoso, inclusive com influências em disputas eleitorais na cidade, como o Padre Airton, só aconteceu por ter sido muito bem materializada, amparada em cinco inquéritos da Polícia Civil envolvendo casos de assédio e estupro tendo o religioso como elemento central.

Na sua coluna, Nill ressalta que a operação que prenderia o padre, mais seu motorista e outro colaborador, vazou. Na realidade, o zumzum vinha desde o começo da semana, inclusive com a informação de onde partiria a ordem de prisão, a comarca de Buíque. O vazamento deu tempo de orientar a fuga dos dois últimos.

“O padre, com ar de vitimização, usando a idade, aos 67 anos, como álibi para sensibilizar parte da opinião pública, apresentou-se voluntariamente na Delegacia de Arcoverde. Quis criar embaraço para os investigadores. Mas à medida que as informações foram sendo divulgadas, inclusive com a nota do MP, ficou a imagem do lobo na pele de cordeiro”, relata o blogueiro

Segundo foi apurado, dos cinco inquéritos envolvendo o padre Airton, quatro envolvem mulheres e um deles, um homem e não apenas o caso da personal stylist Sílvia Tavares. Mas já são cinco, relativamente recentes, com no máximo três anos de registro.

Segundo a reportagem, a partir de Sílvia Tavares, outras pessoas começaram a relatar abusos. “Os relatos são impactantes, segundo apurou-se. E outras mais deverão fazer o mesmo. Uma certeza é de que havia aliciamento de mulheres e de homens, esses últimos muitas vezes entre a infância e a adolescência, parte assistida pelos programas da Fundação Terra. Se aproveitava da fragilidade social para crimes sexuais”. Apurou ainda que “há possibilidade real de que alguns tenham sido extorquidos para voto de silêncio. Vulneráveis socialmente, caso ameaçassem denunciar, eram criminalizados. Há rumores de que em um dos casos, uma vítima pode ter sido denunciada por furto, dentro dessa estratégia”, diz.

“Outro dado é o de que é boato a informação de apreensão de aparelho celular do padre Airton, o que revelaria outros crimes. Quem conhece o padre diz que ele tinha como estratégia o hábito de mudar frequentemente de número de celular, chip, operadora.  O que socialmente era justificado como uma medida de segurança e por alta procura de pessoas querendo uma ajuda, pode ser encarado como estratégia para driblar investigações e não deixar vestígios. Um dos modus operandi do sacerdote era o de pedir nudes, um fetiche sexual que chegou com as multiplataformas e redes”, dia a reportagem em outro trecho.

A operação que prendeu o padre foi batizada de Amnon, personagem nascido mil anos antes de Cristo, príncipe de Israel, sendo filho de Davi, lembrado pelo estupro de sua meia-irmã Tamar, que era uma adolescente. Davi não reagiu em favor de Tamar, falhando como pai e como rei. “A atitude de Davi é comparada aos que acobertaram ou apoiaram os episódios envolvendo o padre Airton”.

Nill Junior encerra ressaltando que “outro fato é o de que, à medida que os crimes estão sendo relevados, apoiar o padre com manifestações ou declarações públicas ou representa ignorância, ou conluio. Isso não tem relação com a defesa jurídica do sacerdote, um direito pleno. Aliás, há de se aguardar se conseguirão um habeas corphus nos próximos dias. Pode se desenhar um embate com algumas reviravoltas até uma decisão definitiva”. 

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