Eles foram trazidos dos
estados do Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte, clandestinamente, para
Itumbiara, Edeia e Cachoeira Dourada, todas cidades de Goiás. O Grupo Móvel do
Ministério do Trabalho e Emprego, responsável pela ação, detectou diversas irregularidades
e relatou à empresa que faz a intermediação da mão-de-obra.
Os empresários concordaram
em fazer os pagamentos das verbas rescisórias, algo em torno de R$ 2,5 milhões,
mais 50% desse valor como dano moral individual. Ao todo, serão R,8 milhões, de
acordo com informações do Sistema Ipê, do Ministério da Economia.
O Ministério Público do
Trabalho concedeu a todos os resgatados o direito de receber três parcelas do
seguro-desemprego. A pasta ainda propôs o pagamento de dano moral coletivo de
R$ 5 milhões, mas as empresas ainda não se manifestaram sobre o assunto.
A ação foi feita em parceria
com o Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal (MPF) e a
Polícia Federal (PF) de Jataí. A PF investigará os responsáveis pela prática do
crime de submissão de trabalhadores a condições análogas à de escravo.
O grupo detectou
irregularidades como a cobrança por moradia e ferramentas usadas para o
trabalho. “A maioria desses abrigos eram extremamente precários e não tinham as
mínimas condições para serem usados como moradias. Alguns deles eram muito
velhos, com as paredes sujas e mofadas, goteiras nos telhados e não dispunham
de ventilação adequada, sendo que em alguns dos quartos, sequer possuíam
janelas”, explicou o auditor fiscal do Trabalho e coordenador da operação,
Roberto Mendes.
Foi constatado que algumas
pessoas pagavam pelos colchões que dormiam e quem não podia arcar se virava com
redes ou dormia no chão forrado com pano ou papelão. “O banho era tomado com
água fria, que saia diretamente do cano, mesmo nos dias mais frios e chuvosos”,
continuou.
Além de não terem local adequado para estocar ou cozinhar alimentos, o que os obrigava a fazer as refeições de forma improvisada - com arroz e pequenas porções de carne -, para levar no dia seguinte. “Muitos trabalhadores comiam a metade da marmita no café da manhã, já que não tinham outra coisa para comer”, detalhou o auditor.
Outras irregularidades foram
encontradas nos postos de trabalho, como a falta de alimentação fornecida pela
empresa ou de ajuda de custo, de instalações sanitárias, de equipamentos
corretos para segurança. A fiscalização também verificou a aplicação de
agrotóxicos nos mesmos locais que eram executadas as atividades diárias.
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