Homologado pelo Tribunal
Superior Federal (TSE) e com decisões favoráveis ratificadas pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), o mecanismo vem ganhando espaço, e outras legendas
dialogam sobre a possibilidade de aderi-lo. É o caso do PSB e do PDT, que devem
se aglutinar, mantendo suas individualidades enquanto siglas. Ao movimento de
ambos, cola timidamente o Solidariedade. Numa outra ponta, dois partidos do
Centrão — União Brasil e PP — miram as prerrogativas parlamentares e tentam se
juntar, mas encontram impasses em seus diretórios regionais. Na semana passada,
PSB, PDT e Solidariedade oficializaram a intenção.
No caso de uma ratificação,
PSB, PDT e Solidariedade passariam a 35 deputados e 7 senadores. União e PP
iriam a 106 e 15, respectivamente. O volume garante regimentalmente espaço de
atuação dentro do Congresso. As somas consideram números oficiais do site da
Câmara e do Senado. A ampliação é um dos interesses envolvidos, já que, em
tese, os grupos não ficariam tão vulneráveis às presidências das Casas
legislativas, com mais projeção de negociações. Eleito pelo PSB de São Paulo,
Jonas Donizette afirma que a federação com o PDT está "bem encaminhada,
mas não consolidada", com as tratativas com o Solidariedade "bem
adiantadas".
Para justificar a possível
união entre as três legendas, o deputado federal em quarto mandato cita o
pleito municipal de 2024 e a força congressual que as siglas pequenas adquirem
juntas, como tempo de fala na tribuna e legitimidade para entrar de cabeça na
briga pelas presidências das comissões permanentes. Na Câmara dos Deputados são
30 ao todo. No local, o consenso, porém, ainda não ocorreu, o que deve
acontecer entre esta e a próxima semana. No Senado, os colegiados foram
divididos, mas há uma briga por oito vice-presidências, além do pedido da
oposição formada por PP, PL e Republicanos para que Rodrigo Pacheco (PSD-MG),
presidente da Casa, crie mais comissões para abrigar os três, que sobraram na
curva.
"Com a federação,
passaremos a ter mais força nas eleições municipais. A federação nos permite
ter nossos direcionamentos e politicamente formar uma aglutinação de forças. Se
fecharmos, vamos na sequência acertar como se darão as atividades nas unidades
regionais da federação. Que estados ficam com PSB, PDT e Solidariedade. Está
bem encaminhado", diz Eduardo Bismarck (PDT-CE). Ele pondera que, em um
primeiro momento, as siglas vão se unir em bloco nas Casas onde tiverem
mandatos. À exceção do Solidariedade, as demais têm bancadas na Câmara e no Senado.
"Nesta semana, vamos
formalizado o bloco e, num segundo momento, a federação. Isso vai ser
concretizado. Está sendo visto com bons olhos. Os blocos são tidos como uma
primeira aliança para uma coisa mais séria na frente", garante o deputado.
Parlamentar em segundo
mandato, Bismarck, que compõe a cúpula do PDT em seu estado, define a federação
também como uma tentativa de sobrevivência dos pequenos partidos. Para ele, a
chegada do União Brasil, resultado da fusão entre PSD e DEM, despertou em
outras legendas a necessidade de se fortalecerem, também para demarcar
território político no atual cenário. "Compreendo que cada vez mais os
partidos vão se posicionar para um lado ou para o outro com relação ao governo
e se aglutinarem. Quem ficar avulso nesse processo será uma presa fácil e terá
que ir para qualquer federação já pensando nas eleições municipais e
principalmente nas estaduais. A tendência que vemos hoje são legendas querendo
ir para onde terão força política, para superar dificuldades como a cláusula de
barreira."
No caso do PDT, explica
Bismarck, houve uma redução da bancada ano passado, após a janela partidária —
período em que parlamentares eleitos no sistema proporcional podem mudar de
sigla sem perder o mandato.
O mesmo se deu com PSB, por exemplo. PP e União, entretanto, cresceram, a ponto de o União ter terminado a 56º legislatura como o maior da Câmara. Atualmente, a posição é do PL. "O PSB é alinhado aos nossos pensamentos. O Solidariedade, com a presidência do Paulinho da Força, dialoga também conosco", acrescenta o pedetista, que vê ainda como positiva a possibilidade de as discussões se darem de maneira mais coletiva. "Hoje, vejo os debates das atividades legislativas sendo feitos prioritariamente pelo diretório nacional do PDT. Isso tira dos parlamentares a chance de contribuir com os encaminhamentos próprios de um Congresso."
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