Da tarde de sexta em diante, o ministro, que é apaixonado por cavalos, se dedicou a agenda inteiramente privada: assessorou compradores de animais, promoveu um dos seus, recebeu prêmio em um “Oscar” de vaqueiros e inaugurou praça em homenagem a um cavalo de seu sócio.
Logo após desembarcar na
capital paulista, numa quinta-feira, Juscelino foi à sede da operadora Claro,
onde permaneceu por uma hora. No dia seguinte, esteve por 30 minutos no
escritório da Telebrás e encerrou os encontros oficiais após uma visita de uma hora
à representação da Anatel. Na tarde de sexta e ao longo do fim de semana, o
ministro ficou livre para se dedicar aos cavalos. Tudo custeado com verba
pública. Ao justificar o deslocamento num sistema interno da pasta, alegou
que se tratava de uma “viagem urgente”.
Decreto presidencial prevê
que as aeronaves da FAB devem ser solicitadas obedecendo uma ordem de
prioridade. Primeiro, em casos de emergências médicas. Segundo, quando há
razões de segurança. Depois, viagens a serviço. As diárias, por sua vez, são
devidas em casos de viagens com necessidade de cobertura de despesas
extraordinárias com o trabalho.
A agenda do titular das
Comunicações não previa sua presença em nenhum dos eventos envolvendo animais. Juscelino,
porém, recebeu diárias para quatro dias e meio, no total de R$ 3 mil, e usou o
avião da FAB. Em um jato privado, a viagem de Brasília a São Paulo, ida e
volta, custaria cerca de R$ 140 mil. O valor foi orçado pelo Estadão junto
a operadoras de táxi aéreo porque os deslocamentos de ministros têm
procedimentos personalizados, distintos dos da aviação comercial.
Além da viagem com avião da
FAB para participar de leilão de cavalos, o dinheiro público também pagou
despesas de Juscelino em outro evento sem qualquer relação com o Ministério das
Comunicações. No sábado, 28 de janeiro, o ministro reinaugurou uma praça
em Boituva, revitalizada e agora batizada com o nome do cavalo Roxão.
Procurada, a assessoria do
ministro não respondeu até o momento aos questionamentos da reportagem sobre o
uso do avião da FAB e o recebimento de diárias para uma agenda privada. Junior
Machado disse que “o ministro conhece muito mais de cavalos do que ele” e que a
agenda no ministério foi para parabenizá-lo pelo cargo e “pedir que desse
atenção ao estado de Sergipe sobre essa questão de 5G”.
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