Desde 4 de outubro, o preço
da gasolina no Brasil esteve sistematicamente, todos os dias, abaixo do praticado
no exterior.
A diretoria da Petrobras
costumava citar o prazo de 15 dias como uma referência para incorporar, nos
preços praticados no país, a volatilidade das cotações no exterior. O argumento
era de que variações diárias nem sempre seriam repassadas para os preços do
Brasil, mas só depois que a cotação do petróleo se sustentasse num patamar
superior – e o prazo para essa análise seria de duas semanas.
Mas, agora, a poucos dias do
segundo turno das eleições presidenciais, a estatal não dá sinais de que
vá reajustar seus preços. Dentro da Petrobras, a diretoria vem alertando sobre
a necessidade de reajustar os preços da gasolina no país após duas semanas de
defasagem. Porém, a ideia vem sendo descartada pelo governo de Jair
Bolsonaro por conta das eleições.
No caso do diesel, o valor
vendido pela Petrobras está 12% menor (ou R$ 0,70 por litro) que o praticado no
exterior. Desde o dia 5, o valor do diesel está defasado todos os dias.
Para ter maior controle nos
preços, o governo vem trabalhando nos bastidores para trocar parte da diretoria
da Petrobras. A estratégia é alterar o comando da área financeira e de
comercialização, que decidem, junto com o presidente Caio Paes de Andrade,
sobre os reajustes dos preços. Também está nos planos a mudança da área de
Governança, área responsável por vetar as decisões sobre preços.
A cotação do petróleo no
mercado internacional está em alta desde o início de outubro por conta do corte
de produção anunciado pela Opep+, cartel que reúne os maiores exportadores do
mundo. Para Sergio Araújo, presidente da Abicom, há uma tendência de alta nos
preços internacionais:
-De fato as refinarias da Petrobras estão com preços defasados e bem abaixo do mercado internacional, que está com viés de elevação em função do corte de produção da Opep+. E com esse cenário a Petrobras precisa ter coerência com sua política de preços. E da mesma forma que reduziu o preço, agora é hora de aumentar sim. Isso se faz necessário. A Petrobras tem compromisso com seus acionistas e o mercado espera que esses preços sejam elevados.
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