quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Petrobras segura reajuste às vésperas da eleição: gasolina completa duas semanas defasada

                   O preço da gasolina vendida pela Petrobras no Brasil completou duas semanas com preços abaixo do mercado internacional. Segundo dados da Abicom, a associação que reúne os importadores de combustíveis, o valor da gasolina comercializado pela estatal nesta quarta-feira estava 5% menor (ou R$ 0,18 por litro) em relação ao exterior.

Desde 4 de outubro, o preço da gasolina no Brasil esteve sistematicamente, todos os dias, abaixo do praticado no exterior.

A diretoria da Petrobras costumava citar o prazo de 15 dias como uma referência para incorporar, nos preços praticados no país, a volatilidade das cotações no exterior. O argumento era de que variações diárias nem sempre seriam repassadas para os preços do Brasil, mas só depois que a cotação do petróleo se sustentasse num patamar superior – e o prazo para essa análise seria de duas semanas.

Mas, agora, a poucos dias do segundo turno das eleições presidenciais, a estatal não dá sinais de que vá reajustar seus preços. Dentro da Petrobras, a diretoria vem alertando sobre a necessidade de reajustar os preços da gasolina no país após duas semanas de defasagem. Porém, a ideia vem sendo descartada pelo governo de Jair Bolsonaro por conta das eleições.

No caso do diesel, o valor vendido pela Petrobras está 12% menor (ou R$ 0,70 por litro) que o praticado no exterior. Desde o dia 5, o valor do diesel está defasado todos os dias.

Para ter maior controle nos preços, o governo vem trabalhando nos bastidores para trocar parte da diretoria da Petrobras. A estratégia é alterar o comando da área financeira e de comercialização, que decidem, junto com o presidente Caio Paes de Andrade, sobre os reajustes dos preços. Também está nos planos a mudança da área de Governança, área responsável por vetar as decisões sobre preços.

A cotação do petróleo no mercado internacional está em alta desde o início de outubro por conta do corte de produção anunciado pela Opep+, cartel que reúne os maiores exportadores do mundo. Para Sergio Araújo, presidente da Abicom, há uma tendência de alta nos preços internacionais:

-De fato as refinarias da Petrobras estão com preços defasados e bem abaixo do mercado internacional, que está com viés de elevação em função do corte de produção da Opep+. E com esse cenário a Petrobras precisa ter coerência com sua política de preços. E da mesma forma que reduziu o preço, agora é hora de aumentar sim. Isso se faz necessário. A Petrobras tem compromisso com seus acionistas e o mercado espera que esses preços sejam elevados. 

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