O episódio ocorreu durante
discussão sobre o Petrolão. Lula disse que acabaria com o sigilo do cartão de
crédito de Bolsonaro, que respondeu apenas olhando para o adversário.
O petista declarou que
estava à “disposição”, e o atual presidente acabou pegando no ombro do
concorrente e disse: “Lula, fica aí”.
O candidato do PT, então,
continuou falando e afirmou que Bolsonaro era um “puxa-saco” dele na época em
que era presidente. “Me ligaram, me disseram que você era um puxa-saco meu que
não tinha precedente na história. Porque você sabe que eu cuidei do Exército”,
pontuou o petista.
O titular do Planalto não
contestou a fala de Lula. Mas, antes disso, afirmou que, quando era deputado,
fazia ao menos dois discursos por semana contra o governo do petista.
Ao longo de todo o debate,
cada um dos candidatos tentou empurrar ao outro a denominação de mentiroso e
propagador de fake news, como quando falaram sobre a pandemia da Covid-19, a
transposição do rio São Francisco e casos de corrupção.
No primeiro bloco, os
dois trocaram acusações sobre omissão na educação e no combate ao coronavírus.
Lula começou perguntando a
Bolsonaro sobre quantas universidades e escolas técnicas foram construídas nos
últimos quatro anos. O candidato do PL rebateu dizendo que precisou anistiar
dívidas dos estudantes que se formaram pelo Fies, programa de acesso ao ensino
superior que financia a entrada em faculdades particulares.
Logo depois, o assunto mudou
para pandemia. O ex-presidente acusou o candidato à reeleição de atrasar a
compra de vacinas e perguntou se Bolsonaro não se sentia responsável pelas
mortes ocorridas no Brasil. Lula aproveitou para abordar a CPI da Covid, que
apontou superfaturamento nos preços da Covaxin. O mandatário do país disse que
comprou os imunizantes no tempo correto e acusou o governo do PT na Bahia de
desviar dinheiro na aquisição de respiradores.
Segundo bloco
Já no segundo bloco,
os temas principais foram a composição do Supremo Tribunal Federal (STF),
o orçamento secreto, o Petrolão e a propagação de fake news. Nesta etapa, os
concorrentes responderam a perguntas formuladas pelos jornalistas.
O primeiro questionamento
foi feito pela jornalista Vera Magalhães e versou sobre propostas de mudanças
para a Suprema Corte. Enquanto Lula defendeu que os ministros do STF sejam
escolhidos por competência e não tenham vinculação política, Bolsonaro se
comprometeu a não dar andamento a alterações, assumindo que, caso seja eleito,
sua expectativa é indicar mais dois ministros e “equilibrar” a composição do
tribunal.
A segunda pergunta foi feita
pelo jornalista Rodolfo Schneider, da TV Bandeirantes, e tratou da relação
entre a Petrobras e a política. Bolsonaro disse que o valor dos combustíveis
explodiu com a pandemia da Covid-19 e a guerra na Ucrânia, mas que ele
conseguiu reduzir os preços para a população abrindo mão de todos os impostos
federais. Já o candidato do PT defendeu que o valor dos combustíveis não seja
fixado com base no dólar e se disse contra a privatização.
Patrícia Campos Melo, da
Folha de S. Paulo, lembrou que ambas as campanhas já propagaram informações
falsas e perguntou se os candidatos se comprometeriam a penalizar quem espalha
mentiras. Lula disse que o adversário conta mentira o tempo todo e frisou que
em outras campanhas que participou o “nível era outro”. Já Bolsonaro lamentou
ter sido acusado de pedofilia e citou decisão de Alexandre de Moraes que mandou
retirar o vídeo das redes sociais do PT.
Por fim, Josias de Souza, do
grupo Uol, indagou sobre a relação com o Poder Legislativo afirmando que cada
um dos dois candidatos comprou apoio enquanto ocupavam a Presidência. Bolsonaro
disse que o orçamento secreto não tem nada a ver com ele. Já o ex-presidente
assinalou que pretende criar o orçamento participativo.
Terceiro bloco
No último bloco, os
candidatos ao Palácio do Planalto falaram sobre corrupção, desmatamento da
Amazônia e política de países da América Latina.
Bolsonaro começou retomando
o Petrolão, como se popularizou o esquema de corrupção descoberto pela Lava
Jato na Petrobras. Lula aproveitou a pergunta para falar dos feitos dele na
estatal e disse que quem roubou foi preso. Logo depois, o candidato do PT mudou
o assunto para aumento real do salário mínimo e economia. O atual presidente
afirmou que o Brasil conseguiu melhorar mesmo com a pandemia e perguntou se
Lula já tinha ministro da Economia, mas o petista preferiu não responder.
Na sequência, Lula criticou
o desmatamento da Amazônia e acusou o governo Bolsonaro de ser o responsável
pelo aumento das invasões em áreas de preservação. O candidato do PL negou
qualquer culpa e disse que o PT foi o governo com maior devastação.
No fim, Lula esgotou os 15 minutos de fala bem antes que Bolsonaro, o que deixou o titular do Planalto com quase seis minutos para falar sozinho. O mandatário aproveitou para falar sobre países que elegeram presidentes de esquerda, como Nicarágua, Colômbia e Argentina, e a respeito da atual situação econômica de todos.
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