A
reunião ocorreu em 20 de novembro de 2020, e no documento havia o registro de
oferta da vacina Covaxin, da Bharat Biotech, a US$ 10. Depois, o imunizante foi
acordado a US$ 15, sendo o mais caro acertado com o governo federal e com
indícios de superfaturamento. A Precisa se apresenta como representante da
Bharat no Brasil.
Emanuela
Medrades afirmou, textualmente, que o valor não era o apresentado pelo
documento oficial do Ministério da Saúde, mas uma expectativa. “Salvo a parte
do preço, que foi uma expectativa, confirmo tudo que o documento diz”, afirmou.
Ela também disse que tentou reduzir o valor do produto, que teria sido ofertado
a US$ 15 desde 12 de janeiro, e teria pedido à empresa que custasse menos de
US$ 10. O documento foi divulgado nas redes sociais pelo deputado federal Luis
Miranda (DEM-DF). Ele e o irmão, o servidor público do ministério Luis
Ricardo Miranda, denunciaram à CPI um esquema de superfaturamento na compra da
Covaxin, que seria pago a uma offshore em Cingapura.
O
acordo pelo preço 50% mais caro foi firmado em 28 de fevereiro. Mas, no
encontro, em 20 de novembro, os representantes apresentaram o valor mais
barato. Além de representantes da Bharat da Índia, participaram da reunião
diversos investigados pela CPI da Covid. Dentre eles, estavam o então
secretário-executivo do Ministério da Saúde, o coronel Antônio Elcio Franco
Filho, a então coordenadora geral do Plano Nacional de imunização Franciele
Fantinato, o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos
(SCTIE) Hélio Angotti Neto, além do presidente da Precisa medicamento, Francisco
Emerson Maximiano e de Emanuela Medrades. A depoente confirmou que negociou a
compra com Elcio Franco.
A negociação de venda da Covaxin para o governo federal foi a mais rápida, e ocorreu quando o presidente da República, Jair Bolsonaro, ainda criticava a compra dos imunizantes por um lado e, por outro, dizia que não negociaria os medicamentos sem autorização prévia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ainda assim, Luis Ricardo falou em pressões incomuns para compra do produto, que seria pago em um paraíso fiscal e com as notas fiscais internacionais registradas no Ministério da Saúde cheias de inconsistências. Mas, Emanuela Medrades afirmou que a negociação foi rápida, pois a empresa aceitou todas as cláusulas impostas pelo governo. A depoente também afirmou que começou a negociar a compra com a Bharat em junho de 2020, e com o Ministério da Saúde, em novembro.
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