O
Estadão teve acesso a um telegrama sigiloso da embaixada brasileira em Nova
Délhi datado de agosto do ano passado. Nele, a embnaixada informava que o
imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o preço estimado em 100 rúpias
(US$ 1,34 a dose).
Em
dezembro de 2020, outro comunicado da embaixada dava conta de que o
produto fabricado na Índia teriuo o custo menor "do que uma garrafa de
água”. Apenas dois meses depois, em fevereiro de 2021, o Ministério da Saúde
pagou US$ 15 por unidade (R$ 80,70, na cotação da época) – o preço mais alto
pago pelas seis vacinas compradas até o momento.
Segundo
o jornal, quem ordenou a compra pessoalmente foi o presidente Jair Bolsonaro,
após uma negociação que durou cerca de três meses, prazo bem mais curto que o
de outros acordos. Com a Pfizer, por exemplo, foram quase onze meses, com
o mesmo preço oferecido (US$ 10 por dose).
Apesar
de custar bem mais barato do que a vacina indiana, o preço foi usado como
argumento pelo governo Bolsonaro para atrasar a contratação, só fechada em
março deste ano.
Ao
contrário dos outros imunizantes, que tiveram negociação feita diretamente com
seus fabricantes no País ou no exterior, a contratação da Covaxin pelo Brasil
foi intermediada pela Precisa Medicamentos. A farmacêutica virou alvo da CPI da
Covid, que na semana passada autorizou a quebra dos sigilos, Francisco
Maximiano, um dos sócios da empres, que deve depor à Comissão nesta quarta
(23).
ACPI
deverá investigar o motivo pelo qual o contrato para a compra da Covaxin ter
sido intermediado pela Precisa, que em agosto foi alvo do Ministério Público do
Distrito Federal sob acusação de fraude na venda de testes rápidos para
Covid-19.
Nenhum comentário:
Postar um comentário