A pandemia da Covid-19 no Brasil está se espalhando cada vez mais pelas camadas jovens da população. A constatação faz parte do Boletim do Observatório Covid-19, editado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta sexta-feira (7).
Os
dados apresentados nesta edição confirmam o processo de rejuvenescimento da
pandemia, com uma clara mudança demográfica: adultos jovens e de meia-idade
representam uma parcela cada vez maior dos pacientes em enfermarias e unidades
de terapia intensiva (UTI).
Referente
às semanas epidemiológicas 16 e 17 de 2021, entre 18 de abril e 1º de maio, a
análise destaca as oscilações dos indicadores nos estados, a alta proporção de
testes com resultados positivos, bem como a manutenção da sobrecarga de todo o
sistema de saúde.
Esses
indícios revelam que a pandemia se mantém em patamar crítico de transmissão,
com valores altos de incidência e mortalidade.
“A
ligeira redução de casos e óbitos por Covid-19 não significa que o País tenha
saído de uma situação crítica, pois as médias diárias de 59 mil casos e de 2,5
mil óbitos nestas duas semanas epidemiológicas se encontram em patamares muito
elevados. Somente com a redução sustentada por algumas semanas, associada à
aceleração da campanha de vacinação e à intensificação de ações de
distanciamento físico e social, combinadas com proteção social, será possível
alcançar a queda sustentada da transmissão e a redução da demanda pelos serviços
de saúde”, alertaram os pesquisadores do Observatório, responsáveis pelo
boletim.
Rejuvenescimento
O processo de rejuvenescimento da pandemia no Brasil é confirmado por meio dos
novos dados apresentados no boletim. A semana epidemiológica 16 apresenta idade
média dos casos internados de 57 anos, versus idade média de 63 anos na semana
epidemiológica 1.
Para
óbito, os valores médios foram 71 anos, na semana epidemiológica 1, e 64 anos
nesta última. Segundo a Fiocruz, há deslocamento da curva em direção a faixas
etárias mais jovens.
Quanto
ao número de leitos, após muitas semanas em situação muito crítica, as taxas de
ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para Covid-19 no País
começam a dar sinais de melhora, embora ainda longe de indicar um quadro
tranquilo.
Entre
26 de abril e 3 de maio, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para
adultos mantiveram a tendência lenta de queda em quase todo o País.
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