
O
Tribunal de Contas do Estado (TCE) autorizou a criação de uma auditoria
especial específica, para aprofundar a apuração de possíveis irregularidades na
compra de ventiladores pulmonares pela Prefeitura do Recife, com dispensa de
licitação. A decisão foi anunciada na manhã desta quarta-feira (3), pelo
conselheiro Carlos Neves, relator das contas da Secretaria de Saúde da capital
(Sesau).
A
auditoria tinha sido solicitada em 24 de abril, pelo procurador Cristiano
Pimentel, do Ministério Público de Contas (MPCO), que via “indícios de
irregularidades afetas à habilitação técnica e jurídica da empresa contratada”
- no caso, a Juvanete Barreto Freire, que é investigada pela Polícia Federal
por, supostamente, ser uma “empresa fantasma”.
Segundo
o conselheiro, o pedido foi indeferido porque a Coordenadoria de Controle
Externo (CCE) do TCE já estava acompanhando o assunto desde 27 de abril, dentro
de um processo específico que fiscaliza os gastos públicos durante este período
de pandemia do novo coronavírus. Em 24 de maio, o procurador recorreu da
decisão, indeferida nesta quarta.
Carlos
Neves indeferiu o recurso por ter autorizado, antes, a criação da auditoria
especial para este caso. Ele explica que não instaurou de imediato a auditoria
porque aguardava a chegada de relatórios preliminares da CCE, emitidos nessa
terça-feira (2), que embasam a necessidade de um procedimento específico para o
caso dos respiradores.
“Não
é verdade que houve arquivamento ou indeferimento de investigação determinada
por esta relatoria. O que está exposto revela que busquei a confirmação da área
técnica de que todos os fatos e argumentos contidos na representação do MPCO,
sobre o caso da aquisição dos respiradores pela Prefeitura do Recife, já
estavam sendo auditados dentro da auditoria de acompanhamento”, afirmou o
conselheiro ao pleno do TCE nesta quarta.
Carlos
também ressaltou que “após o contraditório, ampla defesa, diligências e
pareceres, com os achados de conformidade e de irregularidade, a auditoria
especial poderá ensejar aplicação de sanções aos gestores, com apuração
de possíveis prejuízos ao erário ou, se nenhuma ilegalidade for
constatada, julgar regular ou regular com ressalvas as contas sob
análise”.
Em
nota ao Diario, a Prefeitura do Recife afirma que "a decisão de hoje
do pleno do TCE de abrir um processo específico para análise da compra dos
respiradores vai ajudar muito a concluir toda análise do processo e comprovar,
de maneira mais breve, que todo procedimento ocorreu dentro da
legalidade". Do DP
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