
O
presidente Jair Bolsonaro voltou a ser alvo de protesto na noite desta terça-feira
(24), durante pronunciamento nacional para falar sobre a Covid-19. Enquanto ele
se referia ao novo coronavírus como uma “gripezinha” e criticava o fechando de
escolas e outras medidas de contenção à disseminação do vírus no País, várias
pessoas se manifestaram em novo panelaço.
Políticos
e autoridades reagiram ao pronunciamento do presidente Jair
Bolsonaro sobre a pandemia do coronavírus na noite desta terça-feira (24).
O presidente pediu a "volta à normalidade", o fim do
"confinamento em massa" e disse que os meios de comunicação
espalharam "pavor".
O
presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), divulgou uma
nota na qual classificou a fala de Bolsonaro como "grave" e
disse que o país precisa de uma "liderança séria". Já o presidente da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, comentou: "Entre a
ignorância e a ciência, não hesite".
Davi Alcolumbre, presidente do Senado
"Neste
momento grave, o País precisa de uma liderança séria, responsável e
comprometida com a vida e a saúde da sua população. Consideramos grave a
posição externada pelo presidente da República hoje, em cadeia nacional, de
ataque às medidas de contenção ao Covid-19. Posição que está na contramão das
ações adotadas em outros países e sugeridas pela própria Organização Mundial da
Saúde (OMS). Reafirmamos e insistimos: não é momento de ataque à imprensa e a
outros gestores públicos. É momento de união, de serenidade e equilíbrio, de
ouvir os técnicos e profissionais da área para que sejam adotadas as precauções
e cautelas necessárias para o controle da situação, antes que seja tarde
demais. A Nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência,
seriedade e responsabilidade. O Congresso continuará atuante e atento para
colaborar no que for necessário para a superação desta crise."
Felipe Santa Cruz, presidente da OAB
"Entre
a ignorância e a ciência, não hesite. Não quebre a quarentena por conta deste
que será reconhecido como um dos pronunciamentos políticos mais desonestos da
história."
Wilson Witzel (PSC), governador do Rio
de Janeiro
"Na
manifestação em cadeia de rádio e TV, o presidente da República contraria as
determinações da Organização Mundial de Saúde. Nós continuaremos firmes,
seguindo as orientações médicas e preservando vidas. Eu peço a vocês: por favor,
fique em casa."
José Serra (PSDB), ex-ministro da Saúde
"O
pronunciamento do presidente foi na contramão do mundo e da realidade
apresentada pelo seu @minsaude: já são mais de 2.200 casos confirmados de
coronavírus no Brasil e 46 mortes, sendo 40 no estado de São Paulo. Estamos em
meio a uma pandemia que não deve ser minimizada. É preciso reconhecer que a
economia não vai se recuperar de forma imediata e que é preciso fortalecer o
SUS, mediante a operacionalização de um fundo que disponha dos recursos e da
agilidade necessários ao combate às consequências do #coronavírus."
Renato Casagrande (PSB), governador do
Espírito Santo
"Pronunciamento
do Pres.Jair Bolsonaro foi desconectado das orientações dos cientistas, da
realidade do mundo e das ações do Ministério da saúde. Confunde a sociedade, atrapalha
o trabalho nos Estados e Municípios, menospreza os efeitos da Pandemia. Mostra
que estamos sem direção."
Antonio Anastasia (PSD-MG), senador
"Consideramos
grave a posição externada pelo Presidente da República hoje, em cadeia
nacional, de ataque às medidas de contenção ao Covid-19. Posição que está na
contramão de ações adotadas em outros Países e sugeridas pela própria
Organização Mundial da Saúde (OMS)."
Humberto costa (PT-PE), senador
"Bolsonaro
chamou o #Covid19 de 'gripezinha, resfriadozinho, histeria', num gesto de
desrespeito às vítimas fatais, suas famílias e todo o país. Atacou a imprensa
uma vez mais. Em vez de tentar se restaurar no cargo de presidente, usou sua
fala para ridicularizar o grave momento."
Flávio Dino (PCdoB), governador do
Maranhão
"Pronunciamento
de hoje mostra que há poucas esperanças de que Bolsonaro possa exercer com
responsabilidade e eficiência a Presidência da República. Os danos são
imprevisíveis e gravíssimos."
José Guimarães (PT-CE), deputado federal
"Bolsonaro
coloca a população brasileira em risco! Em pronunciamento, desdenha do avanço
da Covid-19, ataca a imprensa e debocha da ciência. Empatia zero com as mortes
causadas pela pandemia e completa falta de noção da grave situação que estamos
vivendo. #BolsonaroGenocida. Discurso do Bolsonaro é um show de ignorância.
Muito fácil e cômodo para ele minimizar a pandemia do coronavírus, se ele ficar
doente terá um quarto de hospital, vários respiradores disponíveis e muitos
profissionais. Infelizmente essa pode não ser a mesma realidade da população.
Só um irresponsável fala isso. Enquanto o mundo e as autoridades sanitárias
reconhece a gravidade da crises, Bolsonaro continua falando em gripezinha. O
povo tá perdendo a paciência, #ForaBolsomaro @PTnaCamara @opovoonline
@minorianacamara."
NÚMEROS
- O Ministério da Saúde divulgou na tarde desta terça-feira (24) seu
mais recente balanço dos casos de coronavírus Sars-Cov-2, vírus
responsável pela doença Covid-19. Os principais dados são: 46 mortes, eram 34
na segunda-feira; 2.201 casos confirmados. São Paulo tem 810 casos e 40 mortes;
Rio de Janeiro tem 305 casos e 6 mortes. O número de mortos por causa do novo
coronavírus subiu 35% em relação ao balanço do dia anterior. Já o total de
casos subiu 16%. Segundo o Ministério da Saúde, a atual taxa de letalidade da
doença no país é de 2,1%, com base nos dados registrados até 16h desta
terça-feira. As secretarias estaduais de Saúde reportam 2.255 casos de infecção
no País.
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