
Em
um novo gesto de afastamento com o Irã, o governo brasileiro cancelou uma
reunião que a encarregada de negócios da embaixada em Teerã, Maria Cristina
Lopes, teria nesta quarta-feira (8) na chancelaria do país persa. Maria
Cristina é a número dois da missão brasileira em Teerã e deveria comparecer
nesta quarta a uma reunião na área de diplomacia pública do ministério iraniano
de Relações Exteriores. O
objetivo do encontro era discutir temas da cooperação cultural entre os dois
países.
Embora
a agenda tivesse sido programada antes da operação militar dos Estados Unidos
que matou o general iraniano Qassim Suleimani, o comando do Itamaraty instruiu
a diplomata a cancelar a reunião. Os brasileiros informaram os iranianos que
pediriam o reagendamento do encontro. De acordo com interlocutores ouvidos pela Folha de S.Paulo, diferentes fatores
pesaram para a decisão.
Primeiro,
a reunião ocorreria apenas dias depois de Brasil e Irã terem discordado sobre a
ação militar americana que matou Suleimani. Enquanto o Irã condenou o
assassinato de seu general como um ato ilegal, o Brasil endossou a tese dos EUA
e disse que a operação se justifica em um contexto de combate ao terrorismo
internacional.
A
posição do Brasil foi expressada, na sexta-feira (3), em uma nota em que o
Itamaraty diz apoiar a "luta contra o flagelo do terrorismo".
Descontentes
com o conteúdo do comunicado da chancelaria do Brasil, as autoridades iranianas
convocaram Maria Cristina a dar explicações -um gesto de protesto nas relações
diplomáticas.
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