
A
Petrobras anunciou nesta sexta-feira (22) reajuste médio de 4% no preço do gás
de cozinha para venda em botijão de 13 quilos, mais usado por cientes
residenciais. A companhia também aumentará o produto para venda em grandes
botijões ou a granel em 0,6%, em média.
Com
os ajustes, a empresa elimina de vez a diferença de preços entre os dois
produtos, vigente desde o primeiro governo Lula. A equiparação dos preços era
uma demanda do mercado e foi aprovada pelo governo Jair Bolsonaro em agosto.
Trata-se
do segundo aumento seguido no preço do gás para botijões de 13 quilos -em
outubro, houve alta média de 5%. Após cinco ajustes no ano (quatro aumentos e
uma queda de 8,2%), o combustível tem alta acumulada de 4,8%.
Os
repasses para o consumidor dependem da política comercial de distribuidoras e
revendedores. O preço de venda nas refinarias da Petrobras representa cerca de
40% do preço final do botijão. O resto são margens de lucro e impostos.
A
política de preços da Petrobras prevê o acompanhamento de longo prazo das
cotações internacionais, usando médias de 12 meses, com o objetivo de evitar o
repasse ao consumidor brasileiro de efeitos sazonais, como aumento do consumo
durante o inverno no hemisfério norte.
Desde
2005, por determinação do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), a
empresa tinha que praticar preços diferentes para cada tipo de consumo, em uma
política que tinha por objetivo ajudar famílias de baixa renda.
Autoridades
do setor energético tentam mudar a política desde o governo Michel Temer. Em
agosto, o CNPE revogou a portaria de 2005, liberando a estatal para equalizar
os preços, sob o argumento de que a política anterior causava distorções e
afugentava investidores.
O
governo argumenta que cerca de 70% do volume de gás de cozinha vendido no país
tem como destino o envase em botijões de 13 quilos, o que indica que o produto
não é consumido apenas pela população de baixa renda.
Para
as empresas do setor, a distorção gerada pela diferença de preços inviabilizava
investimentos em infraestrutura para importar o combustível, cujo fornecimento
ainda é quase totalmente controlado pela Petrobras.
Em
agosto, a holandesa Vopak venceu licitação para construir um novo parque de
tancagem para o combustível no terminal de Pecém, o que pode viabilizar a
importação por terceiros. No mesmo mês, a Copagaz fechou acordo para trazer o
produto da Bolívia por caminhões.
O
fim da diferença de preços foi anunciado na mesma semana em que a Petrobras
assinou contrato de venda de sua subsidiária de distribuição de gás de cozinha,
a Liquigás, a consórcio formado por Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás
Butano.
O
negócio, de R$ 3,7 bilhões, ainda depende de aprovação do Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica) e deve elevar a Copagaz à liderança entre
as empresas do setor.
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