
O
Governo Federal só irá liberar dinheiro para ajudar na tragédia do petróleo cru
no litoral do Nordeste caso os estados decretem situação de emergência. Essa
foi a afirmação do ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, após
reunião na tarde desta terça-feira (22) com o governador de Pernambuco, Paulo
Câmara. Mas Canuto ponderou que há outros meios de se por dinheiro no caso,
como por meio dos trabalhos da Marinha e da Petrobras ou por repasse de verba
para ações de prevenção das Defesas Civis.
“O
Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) só pode repassar recursos se for
decretada a situação de emergência. Mas o Governo Federal já está agindo. A
Marinha tem mais de 1.580 homens trabalhando na Operação Amazônia Azul, temos
também mais de 1.800 colaboradores contratados pela Petrobras, com recurso
federal, para limpar as praias, e 74 servidores do Ibama. É um contingente de
mais de 3 mil pessoas”, contemporiza Canuto.
Há
três formas do dinheiro ser aplicado na tragédia. A primeira é o repasse
direto, condicionado ao decreto de emergência. A segunda é o indireto, que vem
por meio dos trabalhos da Petrobras e da Marinha, custeados pela União. E a
terceira é a colocação de recursos para ações de prevenção das Defesas Civis estaduais,
que independem de decretação. “Se discute muito financiamento, mas isso não
interessa. Interessa descobrir soluções para os problemas e efetivar as ações”,
acrescenta.
Segundo
Canuto, o repasse para ações de prevenção é uma possibilidade mais real que o
repasse direto e deu um exemplo prático: aplicação de recursos para compra de
bóias de contenção para proteger estuários. “Ontem (segunda, 21), Rui Costa
(governador da Bahia) mostrou-se preocupado com a contaminação de seis
estuários por lá. Aqui em Pernambuco se utilizaram barreiras. Uma primeira
análise mostrou que não eram tão efetivas, mas aqui em PE tivemos boas
respostas que a gente quer replicar”, aponta. Vale mencionar que isso vai de
encontro ao Ibama, que manifestou não ver eficácia na medida em coletiva
realizada no último domingo (20).
Após
a conversa com Gustavo Canuto, Paulo Câmara ainda tinha dúvidas se decretava
estado de emergência ou não. “É algo que precisa ter embasamento. E a falta de
previsibilidade sobre esse óleo dificulta a tomada de decisão. Não descartamos,
mas cabe analisar o dia a dia. O próprio ministro já nos colocou que,
independente de emergência , é possível conveniar com o governo ações de
prevenção. Então vamos analisar com prudência”.
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