
Após
ser procurado por um grupo de pais, o Ministério Público do Estado de Goiás
(MPGO) instaurou procedimento para apurar uma revista íntima feita em cerca de
40 alunos e alunas de um colégio militarizado na cidade de Goiás, a 130km de
Goiânia. Os
estudantes que, segundo a denúncia, foram obrigados a ficar nus para que
policiais militares os inspecionassem têm, em média, 14 anos.
O
MPGO confirmou a denúncia ao Correio e informou que, agora, aguarda informações
do Conselho Tutelar, também procurado pelos pais, para dar prosseguimento ao
caso. Após a reação das famílias, a Polícia Militar de Goiás afastou o diretor
e dois PMs.
Os
relatos são de que a revista ocorreu após a suspeita de que um aluno do colégio
estaria envolvido com tráfico de drogas. Estudantes do 9° ano, então, foram
levados um a um ao banheiro, onde, na frente de um policial, tiveram que de
despir, tirando, inclusive, as peças íntimas. No caso das meninas, cuja revista
foi conduzida por uma PM, elas ainda foram orientadas a se agachar cerca de
cinco vezes.
Em
depoimento à TV Anhanguera, algumas das alunas que passaram pela revista
relataram o caso. "Foi muito constrangedor, um momento de muito desconforto.
Ficar pelada na frente de um adulto, que você não conhece", lamentou uma.
"Eu não quero ir para a escola mais, pela vergonha que passei",
afirmou uma outra.
De
acordo com a vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança,
Adolescente e Juventude da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional DF (OAB/DF),
Raquel Fuzaro, jamais os adolescentes devem ser expostos a situações
constrangedoras.
"Nessas
situações, a escola deve buscar auxílio das autoridades competentes. Se for
caso de tráfico de drogas, encaminhar a denúncia para a delegacia competente.
Se houver suspeita de que alunos estão envolvidos com drogas, comunicar à
família e ao Conselho Tutelar, para que juntos possam buscar os serviços de
atendimentos", explica.
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